segunda-feira, fevereiro 28, 2005

A Indústria do Entretenimento é qualquer coisa de extraordinária, não é mesmo? Capaz de nos tirar da realidade e fazer com que viajemos nos sonhos alheios. O cinema é assim.

Sou do tipo que, antes mesmo de começar o filme, é acometido pela total falta de paciência:
- Não conversa comigo, será que você não percebe que estou concentrado no filme?
- Mas que filme? Estamos na fila da pipoca!

Mas é só diversão, não entendo o que acontece com pessoas que, como eu, dão tanta importância aos filmes, à entrega do Oscar...

Tem limites! Não sou de “por reparo” nas roupas desse ou daquele, mas até consigo entender o porquê de estilistas famosos pagarem para os astros da noite usarem suas criações. Mais de 150 países recebem as imagens desse evento. Justifica, mas não outorga ao Johny Depp o direito de se vestir daquele jeito RIDÍCULO. É um exagero. “Ele tem o direito de se vestir daquele jeito...” Faça-me o favor!

E os discursos? E o apresentador? Cadê a outra indústria, do terrorismo, que não deu cabo daquele Chris Rock?

Assistir esse evento ao lado da minha segunda família foi bem bacana, com direito a bolão e prêmios, com regras claras e um pseudo-acordo de como seria o comportamento daqueles que perdessem. Ganhei! Vitória inconteste! Com 11 acertos em 22 categorias, sou quase um Senhor dos Anéis dos jogadores! Melhor ator, melhor atriz (ganhou também o mico do ano), melhor coadjuvante, roteiro original, filme estrangeiro, e por aí foi.
O combinado era não ter desculpinhas e tal. Mas... O melhor da noite? A companhia!

sábado, fevereiro 26, 2005

Li, logo que comecei estudar Neuro-lingüística, que para alcançarmos o sucesso temos que estabelecer metas para que, ao atingi-las, possamos registrar o êxito e sentir a alegria de ter superado um obstáculo.

Muitas pessoas são eternas insatisfeitas. Não é o meu caso.

Apesar de querer sempre mais, dou valor nas pequenas e grandes conquistas. Sei ser grato inclisive a mim mesmo, além daqueles que me ajudam em cada etapa (eu já te agradeci hoje? É, você mesmo!).

Cinco da tarde, caminhando na Beira Mar Norte, contemplando o mar de Floripa, posso dizer que é muito bom fazer o que eu faço. Como diria meu dileto amigo Tio Randas, "tá ruim não". Choveu um pouco a tarde (e daí, eu tava no meio de uma consultoria mesmo), o tempo estava ameno, gente bonita... Aliás, Florianópolis deve ter esse nome de tanta mulher bonita que tem por aqui! Parece uma fábrica de Giseles (aquela mesma!).

Mas, sozinho, cheguei a seguinte conclusão: o melhor da solidão é poder compartilhá-la!

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Sou uma pessoa supersticiosa. Daquelas que criam procedimentos mediante experiências aleatórias bem sucedidas (exemplifico: todas as vezes que o avião vai decolar ou aterrissar, faço o sinal da cruz 3 vezes com o pé direito no assoalho e o esquerdo suspenso, com a sensação de que vou começar com o pé direito).

Pois bem, não sei porquê, mas ontem comecei o dia com muita vontade de ouvir Perfect Day. Ouvi 2 ou 3 vezes e saí para trabalhar.

Quando cheguei no escritório encontrei na minha mesa um presente que me deixou feliz o dia inteiro. Minha AMIGA Nathaly enviou-me um livro, um dvd com suas últimas reportagens e uma carta. Demais! Nathaly, saiba que você me deixou muito feliz.

Tomei uma decisão e uma nova superstição: De manhã cedo só tocará Perfect Day e umas 10 ou 11 vezes.


*****

Box... A simples pronúncia desta palavra já me tesa!

A interpretação livre da palavra Box associada a tesão dá possíveis associações com sexo no chuveiro, mas não é disso que se trata este.

Já vi várias vezes filmes “a granel” na Block Buster sendo vendidos por R$19,90 com um selo “produto previamente assistido” (ou qualquer coisa que o valha). Muitos títulos! Todos (ou quase todos) os filmes de Jornada das Estrelas, dentre outras coleções, estão disponíveis um a um. Não traz comoção.

Sei lá; não sei se pela expectativa dos extras (cenas inéditas ou um dvd inteiro de novidades), não sei se pela embalagem ou até mesmo pela caneca que acompanha, mas comprar o Box com todos os filmes, todos juntos...Que delícia!

Box. Meu vício e minha perdição.

Off Topic:

Eu e meu padrasto passeando pelas ruas de Itamonte quando vimos uma barraquinha de frutas.
- Bom dia, você vende laranja a granel?
- Não senhor, só bahia e serra d'água.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Check In Manaus (em primeira mão)

Sejam bem vindos, este é o vôo BS002. Acomodem suas bagagens de mão no compartimento acima das poltronas ou embaixo da cadeira, à sua frente. Aparelhos eletrônicos deverão permanecer desligados, bem como telefones celulares. Sou o comandante Christian, e tenho o prazer de te convidar a conhecer as cidades-sede dos nossos Workshops, bem como cidades pitorescas deste nosso Brasil. Obrigado por escolher o jeito BODY SYSTEMS de viajar

É simplesmente impossível resistir aos seus encantos, sua beleza natural e a de seu povo, sua culinária indígena e todo o seu folclore. Diz a lenda local que “quem vê o encontro das águas e come jaraqui, fica por aqui”. Pura verdade! Você será o meu convidado a desbravar Manaus, a “Cunhã-Poranga*” das Cidades.

A origem do seu nome está em 1833, quando passou à categoria de Vila, com o nome de Manaus, que na língua nativa significa "Mãe de Deus", homenagem à tribo manaós. A cidade, que está à margem do Rio Negro e conhecida como a capital do pulmão do mundo, é realmente de perder o fôlego. Dona de uma paisagem exuberante, circundada pela floresta amazônica, e de construções belíssimas, que remontam a uma época de muito luxo, com prédios construídos no início do séc. XX e material todo europeu. Destaque para o famoso Teatro Amazonas e o Mercado Municipal. E que ainda hoje ganham destaque na arquitetura local, um estilo neoclássico e art nouveau. Outros pontos turísticos desta arquitetura: Palácio Rio Negro, Palácio da Justiça, Porto de Manaus. Outros dois passeios indispensáveis são:
  • Assistir ao Encontro das Águas - O rio Amazonas é formado do encontro entre os Rios Solimões (uma água barrenta) e Negro (água escura). A explicação para o fenômeno que gera esse belo espetáculo pode estar nos fatores densidade, temperatura e velocidade muito diferentes entre os dois rios.
  • Ponta Negra - Principal ponto jovem de Manaus. No calçadão é possível caminhar, praticar esportes diversos, ver apresentações da dança local (Boi) em bares especiais.

Depois do “ciclo da borracha”, Manaus viveu outro período de grande desenvolvimento, impulsionado pela Zona Franca, que lhe rendeu vias de acesso modernas, um aeroporto de excelente infraestrutura e grandes empresas. Mas, como toda cidade em expansão, existe um contraste muito grande entre os belos edifícios na Ponta Negra e verdadeiros casebres, em vários pontos da cidade.

Para desvendar a magia de Manaus, começaremos pela culinária; e, para apreciá-la, um bom ponto de partida é tomar o verdadeiro Café Regional. Lembro-me com saudade a primeira vez que o primeiro parceiro BODY SYSTEMS e meu amigo, Raidi Rebelo, levou-me no Café da Joelza, bem ali na Estrada Torquarto Tapajós. Sucos naturais, tapiocas, mingaus, e uma explosão de sabores nas combinações com o genuíno guaraná. E para as demais refeições? Pato no tucupi do Restaurante Açaí, a famosa caldeirada da peixaria Bom Gosto, a suculenta costela de tambaqui e, de sobremesa, um delicioso pavê de cupuaçu. Você não faz idéia como já estou com água na boca!

A música faz o coração deste povo bater mais forte. Não é à toa que as duas paixões de Manaus são: o Boi e a BODY SYSTEMS. O futebol vem logo em seguida!

O Folclore local é extremamente forte e existem dois concorrentes: O Garantido (“coração vermelho”), toado na voz inconfundível de David Assayag, e o Caprichoso (“estrela azul”), com sua marujada impecável. É um espetáculo à parte! “A rivalidade histórica entre os Bois domina a cidade, permeia o imaginário das pessoas e culmina numa das maiores festas populares do Brasil: o Festival Folclórico de Parintins, que se realiza sempre nas noites de 28, 29 e 30 de junho. Na arena do bumbódromo, os Bois apresentam um grandioso espetáculo de dança, música, drama e efeitos especiais - uma verdadeira ópera cabocla, uma celebração amazônica, que leva ao delírio seus mais de 40.000 espectadores”, diz o Prof. Ms. Andreas Valentin.

E a segunda paixão manauense, a BODY SYSTEMS, começou em fevereiro de 1999, no 1º treinamento de BODYPUMP, o primeiro em toda a região norte do Brasil. Uma única academia e cinco professores aceitaram a missão de desbravar os caminhos do sucesso ao lado da BODY SYSTEMS. Um caminho aberto com suor e alegria, hoje pavimentado e repleto de êxitos. Você consegue imaginar 75 pessoas fazendo uma aula sexta-feira à noite – em média?

E é para este povo guerreiro (muitas vezes sofrido), de cunhã-porangas belíssimas, bem brasileiros, a nossa gratidão e respeito. É uma excelente idéia renovar os ares e fazer o próximo Workshop em Manaus.

*cunhã-poranga, do folclore regional, significa “a mais bela índia da tribo”.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Homem solteiro procura

Odeio cortar as unhas! É um saco, uma verdadeira “punheta com a mão esquerda e com o dedão destroncado”, nunca faço direito! Mas faz parte da higiene pessoal, certo? É necessário para uma boa apresentação pessoal, certo? Tem que ser feito.

Das vezes em que me meti em paixões avassaladoras e me entreguei com a guarda baixa sofri a decepção do término. Como é ruim!

Você passa a achar que o mundo todo está de sacanagem com você, que qualquer pessoa seria capaz de soltar gazes na sua cara, pelo bel prazer de te ver engasgar com o cheiro da picanha maturada ingerida e digerida na noite anterior. Cada luz vermelha dos semáforos é uma agressão pessoal e gratuita. Desnecessária!

O sofrimento, bem como o prazer, são os motivadores do comportamento humano. Ensino técnicas que maximizam esses sentimentos todas as vezes em que dou treinamento de vendas nas academias. As pessoas não procuram a atividade física pela saúde, ou para melhorar postura. Besteira! Querem se sentir mais atraentes, mais desejáveis, socialmente aceitas. A saúde? Vai bem, obrigado. Se vier como acessório tudo bem!

O sofrimento do término de uma relação na qual você deposita todo o seu sentimento, esperanças e sonhos é como aquele calor de Cuiabá, ou de Porto Velho. Sufocante, sem fim! Você planeja sua vida, consegue se enxergar envelhecendo ao lado da pessoa amada e, de repente, acabou!

Existe alguma academia que ensine a tornar o relacionamento uma experiência positiva? Seja honesto!

Relacionamentos é como cortar as unhas. Quase sempre é um saco; às vezes me pergunto "por que não uma punheta com a mão esquerda e com o dedão destroncado?" Mas faz parte da convivência em sociedade, certo? É necessário para uma boa apresentação social, certo? Natural que eu continue tentando.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Assim, pretensiosamente indo aonde muitos já foram e melhor fizeram, tenho o hábito de também registrar as memórias das viagens que faço, principalmente aquelas das quais tiro mais ensinamentos do que ofereço.

Essa viagem para o norte do Brasil me fez lembrar os relatos de Noah Gordon que retratam as dificuldades e conquistas de um barbeiro-cirurgião (não o confunda com um médico ruim de braço) em terras aparentemente inóspitas mas ricas, na verdade, de conhecimento e sabedoria. Ainda, de uma obra de Karl May - Winnetou - em que um alemão retrata o desbravamento do velho-oeste.

Senti-me Rob Cole, ambicioso e ávido por novos conhecimentos, às avessas. No "Físico", Cole deixa a Inglaterra, então dominada pelo obscurantismo e pela brutalidade nos costumes, e parte em busca dos ensinamentos do Oriente, que vivia a idade de ouro da civilização árabe e judaica. Ao saber da existência de uma ótima escola médica na Pérsia, parte decidido a ser aprendiz de um famoso médico que lá ensina.

Vivenciei uma experiência encantadora! Experiência que deveria ser ofertada a todas as pessoas com um mínimo de empreendedorismo e vontade de fazer algo diferente. Fui para o interior do Pará, com a missão de transmitir conhecimento e compartilhar experiências, e volto (estou ainda em Palmas/TO, primeiro contato com o computador depois de dias) com a sensação de que recebi muito mais do que entreguei!

Redenção é a encarnação do velho-oeste. Pessoas de todo o Brasil desembocam nessa cidade, de ruas esburacadas e aparência desafiadora, cheias de coragem e vontade. E em tudo encontram oportunidades negadas nos grandes centros. Mas não é lugar para frouxo ou cagão! Para chegar até lá, os primeiros desbravadores atravessaram o Rio Tocantins e o Araguaia na raça (hoje temos pontes e balsas).

Na minha história, achava que eu levaria o conhecimento e, em uma cidade no meio do mato, conheci pessoas sábias que me ensinaram o verdadeiro significado da força de vontade.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Sou árabe! Meu sobrenome é árabe. Meu avô era libanês. Adoro tabuli, quibe cru, coalhada fresca e acho a coisa mais sensual do mundo a dança do ventre.

De todas as coisas bonitas que vejo no povo árabe, os olhos me chamam bastante a atenção. Negros, como os dos verdadeiros beduínos, ou azuis como os dos descendentes dos europeus que durante algum tempo dominaram a região, os olhos desse povo mostram a determinação de um povo sofrido, maturado por séculos de guerras e sangue. O nariz aquilino é dispensável!

O homem-bomba, execrável agente da ação terrorista, mostra a tenacidade (e estupidez) de pessoas próximas ao limite mas que acreditam numa causa, mesmo que errada segundo os nossos costumes.

Mas no Brasil também tem homens-bomba! Eu acredito na causa que defendo! Eu sou um homem-bomba!

Pegar um avião para Palmas/TO, de lá pegar um carro e viajar 400km mata adentro até Redenção/PA (onde se tem matado velhinhas e freiras), dar 3 dias de cursos, formar novos professores e organizar a administração de uma academia, pegar o carro e voltar 400km de volta para Palmas/TO e pegar um vôo às 06 da manhã para São Paulo é um ato de sado-masoquismo, auto-flagelação e digno somente dos mais temíveis homens-bomba!

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Imaginem se “Alta Fidelidade” se tornasse livro escolar e todos os jovens, de todos os recantos do Brasil, ficassem na fissura de elaborar Top Five das músicas prediletas!

Na roça:
- Fiu
- Fiu fiu (assobio “cumprimentório”)
- E aí Cabôco, firme?
- Firme! Quais quié as cinco mió modinha procê?
- Craro:
  • Fidi Cabelo
  • Entre Tapas e Beijo
  • Num Ranchfundo
  • Chico Minero
  • Na Hódu Adeus

Os manos:
- Certo, mano?
- Firmeza, mano?
- Sussu!
- Só nas quebrada! Fala aí o seus cinco som da hora, que você escuita nas parada!
- Ta na fita:
  • O rap do Carandiru
  • O rap do Carandiru 2
  • O rap do Carandiru 3
  • O rap do Carandiru Niu edichan
  • As Tretas da Comunidade

A galera do Funk:
- E aí, bandido!
- Fala merrrrrrrrrmão!
- ...

E por aí vai!

*****

São Paulo tá debaixo d'água, nada mais natural do que receber uma encomenda do Submarino (essa caixinha de papelão parece mágica). "If You're Feeling Sinister" (Belle and Sebastian) e "Greatest Hits NYC Man" (Lou Reed). Esses entrariam em algum Top Five?

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

- Mãe???
- Ei, meu filhote adorado.
- Mas, mãe...
- Eu sei, filho, só vim aqui saber como estão as coisas...
- É que... Mãe...
- Ta bom, filho, eu pergunto e você responde, ta bom? Você se casou de novo?
- Não, mãe, não to nem namorando direito.
- Inseguro, como sempre! Não venha colocar a culpa em édipo não. Te criei pro mundo! Aposto que você vai esperar alguém te escolher, como sempre fez. Escolha!!! E a Márcia e as crianças?
- A Márcia ta lá e as crianças tão demais! A Christiana tem os nossos traços. E é inteligente, persuasiva e sensível também. A Carolline é igual a Candice. Geniosa, mas com um coração enorme!
- Suas irmãs, como estão?
- Melissa continua louca e mora em Itamonte. Deve ajudar o –você sabe o que – do marido dela no escritório e na Câmara. Ele foi reeleito, eu acho. Não teve mais filho e o Cezinha ta lindo. Mas a cabeça dele...
- Eu sei, eu sei... E a Candy?
- Essa tomou rumo na vida, parece! Ta bem com o Guilherme, na faculdade - Comércio Exterior - e seus filhos são lindos, também. A Georgina é precoce e superdotada. O Guilherminho é a cara do pai, com as orelhas da mãe... (Ai, mãe, não precisa dar murro!) Estão em Camboriú e ganharam uma casa do sogro.
- E a bisca da sua Vó?
- Ta ótima e continua subindo em árvores e no telhado para varrê-lo. Sente muito a sua falta e colocou sua foto ao lado da Nossa Senhora. Ta bem na fita, você.
- E os seus tios a deixam em paz?
- Não, os fiasdaputa. Não dão trégua, enchem o saco como você sabe e não ajudam em nada. Eu mando grana pra ela daqui.
- Daqui onde, você não está em Belo Horizonte?
- Não, vim morar em São Paulo...
- Mas você é uma anta mesmo, né? O que você foi xeretar aí? E de moto ainda, pra me deixar com o coração na mão...
- Não mãe, da moto eu desisti. Só carro e mais nada.
- Seu pai... Ta bom?
- Ta bom! Até fez plástica!
- Você o puxou mesmo, né? Vaidosos! Viajou?
- Sim, bastante! Dei uma de mochileiro um ano depois que você... Bem, e aí rodei bastante. Queria que você estivesse comigo em Roma e em Veneza. Pensei em tirar uma foto da Mona Lisa no Louvre, mas eu sabia que você não iria aprovar. Aqui tenho viajado muito. Vou dia 15 pra San Francisco...
- Peraí, você vai visitar os galinhões? Imperialistas!
- Calma mãe! Vou a trabalho. De lá vou pra Nova Zelândia...
- Bacana! Tem lido? Tem ido ao cinema?
- Tenho, mãe! Tenho lido de tudo um pouco e, de vez em quando, releio os nossos favoritos. O Gabo lançou uma biografia bem legal. O Al Pacino faz tempo que não lança algo realmente bom e tem surgido uma safra nova. Quem se firmou foi o Tom Cruise e o Tom Hanks.
- Que bom meu filho que está tudo bem. Eu sempre confiei em você, apesar da sua tendência natural para as cagadas. Eu queria te dizer que te amo, como sempre disse! A propósito, você fez minha última vontade?
- Sim, mãe, tocou o Réquiem o tempo todo! Mas a música que mais me lembra você é o Adágio de Albinoni.
- Obrigada, filho! Sabia que poderia contar com você. Na verdade eu queria fazer o meu velório em vida, como aquele conto que eu escrevi. Bom... Preciso ir, já já descobrem que não estou lá. Só mais uma pergunta: quem ganhou as eleições de 2002?
- O Lula.
- Opa, até que enfim!!! E o Brizola é o vice?
- Não, mãe! O Brizola morreu.
- Nossa, que barra!
- Feliz Aniversário, mãe. Te amo!

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Alma cigana

Ela nasceu Georgina em Curitiba e cresceu Juju em Belo Horizonte, talvez por não gostar do nome que lhe fora dado em homenagem à avó, Georgina Martins Pena Gomes e Souza (sobrenome histórico de republicanos mineiros – Pena – e monarquistas – Gomes e Souza). Nem mesmo o alento de saber que a filha de Vinícius de Moraes também se chamava Georgina a fez achar alguma leveza naquele nome (e até mesmo o apelido) que herdara. Era pesado ser a “Jujuzinha”, neta dileta da matriarca de uma família de pretensos ex-poderosos, que como tais, carregavam o orgulho e a empáfia ao se apresentarem como “um Gomes e Souza” e sobrinhos-neto de Afonso (o da avenida). De uma família de 10 irmãos, sua irmã Ana e ela foram as únicas não contaminadas pela “maldição da família decadente” e deram gente na vida; Juju foi a única que mereceu o direito de ver seu nome grafado nos registros de bibliotecas assim: Gomes e Souza, Georgina.

No colégio Santa Marcelina percebeu o que queria ser na vida: professora. E assim foi! Pedagogia e Filosofia foram as faculdades por opção e vocação; Direito fez para acompanhar o namorado, promovido a marido e depois a ex. São João Nepomuceno, São Lourenço e Diamantina entraram na sua rota, dando continuidade à jornada da sua vida, sem eira nem beira, um horizonte diferente em cada lugar. Depois pós-graduações (diversas, fazia duas por vez), Itamonte e mestrado no Rio, e mais uma vez a cigana Juju foi para o mundo: professora na UFF de Niterói, na federal de São João Del Rey e Juiz de Fora, viajou para Cuba (como todo professor universitário semi-comunista) e doutorado (que a vida – ou a falta dela – não permitiu terminar).

Construiu sua última casa no Espírito Santo e lá ficou para sempre.

Fui seu escudeiro, crítico e confidente. Aos 12 anos lia “Grande Sertão” para conversar sobre a sua tese que comparava a ética entre grupos marginais; discutíamos os finais de filmes e as letras de músicas. Éramos tão parecidos que muitas vezes não nos agüentávamos!

Fui filho também, e herdei sua alma cigana.

Amanhã ela faria 59. Que saudade!

domingo, fevereiro 13, 2005

Futebol e afins

Cheguei a conclusão de que o Clube Atlético Mineiro será campeão mineiro, da copa do Brasil e brasileiro nesse ano! Motivos eu os tenho de sobra, basta relacionar os indícios da atuação do zodíaco e da Força Jedi.

Vamos aos fatos:

  • Ano do Galo no horóscopo chinês
  • Ano do desfecho da grande saga de Star Wars com o capítulo III na boca do forno (quase 30 anos depois, assim como o tempo que o Galo tá na fila) e olha quem o atlético contratou (sério):
  1. George Lucas: lateral
  2. Walker (parente do Luke): meio-campo

É de dar orgulho um time desses!!!

Off Topic: Visitem o blog do meu Pai ( http://musicaearte.blogspot.com ). Ele terá muito o que falar!

*****

Pequenos diálogos recentes de futebol que merecem registro:

- "Pai, olha só essa camisa que legal!" mostrei pra ele, esperando que ele reconhecesse a camisa oficial do Santos com escudo de campeão e tudo...

- "Camisa do Bombril? Eu não gosto de Bombril!!! Não tinha do Assolan também não?"

*****

- "Antes, São Paulo não era uma cidade tão perigosa assim, as pessoas eram mais amigas!", disse-me o taxista. "Brincávamos na rua de pelada e era o maior barato. Claro que saia porrada de vez enquando e teve até um dia em que eu mandei um tijolo na cabeça de um colega. Mas hoje não dá! As brincadeiras dessa molecada de hoje são estúpidas, não há inocência... Bons tempos aqueles!"

- "Bons tempos", concordei.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Das poucas vezes que apanhei do meu pai, lembro-me do bom e velho clichê “isso dói mais em mim do que em você”. Só quem tem filhos sabe que isso é verdade e até o caboclo virar pai ele acredita que isso é uma baita mentira.

Conversando com o Master Pretus, ele fez uma perfeita analogia para seu filho, quando sacou este clichê depois de uma boa sova.

- Henrique, qual é o seu brinquedo favorito?
- O boneco grande do homem-aranha, pai. Por que?
- Pega ele lá!
- Não pai, não estraga ele não...
- Pega, Henrique!
- Pronto pai, ta aqui.
- Arranca o braço dele!
- Por que, pai? Eu gosto do meu brinquedo; é o que eu mais gosto! Não quero fazer isso!
- Ta vendo, Henrique... Toda vez que tenho que bater em você, eu sofro muito. Te carreguei no colo, troquei suas fraldas, passei noites em claro te olhando e amando cada pedacinho do meu filho. Quando você faz algo errado, é meu dever corrigí-lo. Você é a pessoa que mais amo e te ver chorar é a pior sensação que tenho. Por isso, dói mais em mim!

Agora, de mãe todo mundo apanha muito mais, né? Minha mãe dormia muito pouco e sempre muito tarde. Com uma carreira acadêmica impecável, escreveu suas teses de madrugada e, quando raivava o dia, caia no sono. Quando ia dormir, enfilerava seus sapatos e tênis debaixo da cama, cobria os olhos e apagava. Se alguém entrasse no quarto, um dos sapatos era prontamente atirado e com uma precisão à la Jason Bourne. De olhos tampados! Coisa impressionante! Que saudade, mãe...

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

O Saldo do Carnaval

Fim de carnaval, hora de contabilizar as perdas e os danos. Os noticiários na TV oferecem um show de horrores com os acidentes nas estradas do Brasil e seus números macabros.Cenas de fantasias coloridas (para alguns, belas), contrapostas às cenas de barbáries cometidas por toda horda de calhordas, ora fantasiados de foliões, ora travestidos de trombadinhas...

E essa sua cara de quem não dormiu? Passa alguma coisa nessas olheiras!

Trabalhei um pouco (não foi só você, Tio Fefas!), mas tirei a barriga da miséria! Fui a restaurantes, comprei - de cd’s a tênis - e dormi um bocado. Fui na 25 de março só pelo lado lúdico da coisa, passeei e vi pessoas. Como não poderia deixar de ser, segue meu Top Five:
  • Jantar no Sky e tomar muitos “Manhattans” (tive que deixar uma córnea e um dos rins para pagar a conta...)
  • Comer Blooming Onions do Outback (correção feita por Sacripas-ibn)
  • Tomar milk shake e comer batatas (acompanhadas da maionese verde) do Fifties
  • Comprar meu all star (cano longo azul) e meu puma (verde e vermelho)
  • Comprar dvd’s (“Perfume de Mulher”, “Uma Mente Brilhante” e “Sayonara”)

Esse pode ser um modelo de carnaval para ser duplicado. Quem quiser a franquia entre em contato.


terça-feira, fevereiro 08, 2005

Dom

A cada linha que escrevo convenço-me de que contar estórias é mesmo um dom e estou longe dele! Habilidades treináveis têm várias, e muitas se aplicam na arte de escrever. Agilidade ao digitar, boa lembrança da 7ª série (época em que fomos mais cobrados no português)... Mas escrever uma estória são outros quinhentos!

Lembro-me de quando lia a série Vaga-lume – “O Mistério do Cinco Estrelas”, “Barquinhos de Papel”, “Um Cadáver ouve o Rádio” e até mesmo o boióla do “Caso da Borboleta Atiria”. Era encantador desbravar novas fronteiras através da leitura e exercitava tanto a minha imaginação!

Quando estava na 1ª série (7 anos), minha “Tia” no Pitágoras propôs que fizéssemos um livro para nossas mães para presenteá-las no Dia das Mães... Era um livro dirigido pela professora, da seguinte forma:

  • Qual é o nome do seu personagem?
  • O que ele faz?
  • O que ele pretende?
  • Deu certo?
  • Como termina a estória?

Cada um contou uma estória diferente e foi aí que surgiu meu livro “Um Cientista Bem Maluquinho”

Pai, você se lembra? No mesmo ano te presenteei com aquele porta-retrato decorado com sementes de girassol, acompanhado por aquela foto horrorosa, aquela com a qual você me penitencia até hoje, ao mostrá-la para seus amigos. Aquele cabelo cortado em forma de cuia, escorrido, aquela botinha ortopédica que ninguém merece... Perdôo-te!

Tudo isso para dizer que o “Clichê de Verão” é um baita livro, muito gostoso de ler e que, independente se colado de forma industrial ou não, encaro-o como um presente literalmente feito à mão pelo meu amigo que tem O dom!

Aproveito, também, para convidá-los a lerem com olhos condescendentes o pequeno texto que postei abaixo (Capítulo Um). É pura ficção e me ajudará numa próxima empreitada.

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Capítulo Um.

Relacionamento. “A moeda do novo século” diriam alguns, “a razão da existência do homem”, diriam outros.

Relacionamento sempre foi minha área de estudo, o meu ganha pão, o meu dom e o meu calcanhar-de-aquiles. Tudo o que faço na vida para vencê-la é transformar relacionamento em poder, em vantagem, em moeda. Sou realmente bom nisso. Ganho bem e já viajei o mundo. Conheci lugares e pessoas e, aqueles que me conheceram na infância, jamais acreditariam que fui tão longe.

Mas tudo o que mais quis na vida foi ter um relacionamento estável, cúmplice e duradouro. Não o tive na vida amorosa, pelo menos até hoje. Para ser honesto (e hoje eu tento ser mais do que nunca), nem mesmo em família meus relacionamentos funcionaram bem.

Sempre fui muito religioso! Quando nasci minha querida Avó acreditou que meus olhos eram iguais aos de Jesus – toda criança nasce aparentemente com olhos claros e ainda é forte o eurocentrismo, em que se acredita que Jesus teve olhos azuis, cabelos loiros, lisos e longos como os europeus – e minha mãe concordou com meu pai que eu deveria me chamar Patrick (uma homenagem à Catedral de St. Patrick de Genebra que, apesar de se transformar em uma catedral protestante durante a Reforma, era um monumento católico maravilhoso datado do séc. XII).

Não foi surpresa pra ninguém quando anunciei que tinha tomado minha decisão sobre o futuro, aos 14 anos. Eram duas as opções que eu tinha em mente, uma pela gratuidade e outra pela “vocação”: 1ª) estudar eletrônica no COLTEC, em BH: Colégio técnico público, garantia de emprego e de um futuro melhor. Não era uma ETE, de Santa Rita do Sapucaí, mas era de graça. 2ª) entrar para o seminário, em São João Del Rey.

Tinha primos em BH e adorava ir pra lá. Meus primos viviam em condições melhores do que as nossas e eram sócios do Iate (um clube bacana, na orla da Pampulha e construída pelo Niemeyer) e íamos aos domingos ao Independência ou ao Mineirão, assistir o América contra qualquer outro time. Na verdade o América não era o meu time do coração e nem futebol era a minha paixão, mas o feijão tropeiro que se come nos estádios de BH não se come em nenhum outro lugar do mundo. E nada melhor do que jogo do América! Torcida calma, cordata e pequena (dizem que se juntar todos não lota uma Kombi). Depois o meu programa predileto era ir ao Aeroporto ver avião decolar e pousar, o que me deixava encantado, mesmo com a sensação de ser uma espécie de Chico Bento quando visita seu primo da cidade.

COLTEC, UFMG, quanta sigla! Não era a minha praça. Nada me faria colocar a mão em algo que desse choque, algo que pudesse me queimar. Nunca fui daqueles que desmontavam o brinquedo pra depois tentar montar, como a galera fazia na escola. Ao contrário, recebia meu brinquedo, desvendava seu funcionamento superficial (que graça tem saber como funciona a mola?) e depois guardava, já com saudades do meu livro ou da minha novela.

Para alegria da minha avó, embarquei para São João. Era gostoso de se ver naqueles olhos cheios de fé a felicidade que eu lhe ofereci e foi cheio de tristeza que, oito meses depois, cheguei em casa para as festas de fim de ano e avisei, a quem interessar pudesse, que não voltaria! Pedofilias e troca-trocas sortidos, gente de fé e loucos de fé! Tôu fora, comuniquei. De Itajubá não saio mais, ou só saio formado!

Sai formado. RP, já com a experiência do estágio da InBel. Nada mais apropriado para qualquer desafio vindouro. Desde o 4º período de faculdade, ajudei a melhorar a relação da maior indústria bélica da América do Sul com a imprensa e com a comunidade. Nosso jargão era: “InBel – nossa guerra é pelo bem estar de uma nação”. Que bosta! Mas me valeu um convite para continuar depois de formado. Não aceitei, pois agora eu estava pronto para o mundo. Currículos deixados em empresas de BH e Contagem, entrevistas feitas, salário acertado, adeus! Quase nada deixado pra trás, só a mulher que eu considero o amor da minha vida, Ana.

Mas o que minha religiosidade tem a ver com tudo isso? Ontem terminou o feriado de Corpus Christi e sei que vi o amor da minha vida pela última vez. Estamos terminados há 20 dias. Implorei para voltarmos e ela me propôs que passássemos o feriado juntos, como uma despedida. Eu tinha convicção de eu conseguiria resgatar o amor dela por mim. Era óbvio o meu pecado. O maior de todos! Mas algo me fazia acreditar na minha capacidade de consertar a enorme cagada que fiz. “O que era uma traição perto daquele amor que sentíamos”, perguntava-me.

Aliás, cagadas são o meu forte e acreditar na minha habilidade de apaziguar conflitos mostra o tamanho da minha autoconfiança e da minha predisposição para errar de novo. Como eu errei, meu Deus! Será que 25 chances não eram suficientes para eu mudar?

Quando eu a deixei na rodoviária e percebi que a 26ª não estava a caminho, olhei em seus olhos e disse:
- Lembrei-me de uma das músicas mais tristes do Chico: Quando olhaste bem nos olhos meus e o seu olhar era de adeus...
Ela me sorriu, quis me dar um beijo na boca, orgulhosamente desviado por mim (eu sou uma anta mesmo). Antes de entrar no ônibus ela me disse:
- Vou ser sempre sua. Nenhum homem foi capaz de me fazer feliz como você me faz. Mas não posso viver minha vida na corda bamba, à espera de ser trocada por outra mulher. Você falhou! De novo! Preciso me dar o respeito e gostar de mim também! Adeus!

Entrou no ônibus e não deu tchau pela janela. Tentei me lembrar o que se celebra neste feriado para me agarrar à fé, pedir pra Deus pra não deixa-la ir embora... Mas me lembrei que a comemoração de Corpus Christi tinha sido inventada no Renascentismo, como uma forma de fortalecer a religião que se enfraquecia à medida que o clero deixava de ter o poder. Nem na fé encontrei uma saída!

Ela acaba de ir embora e eu não consigo pensar em mais nada!

(continua)

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Carnaval

Carnaval tem sempre o lado lúdico-bacanal de ser da coisa, certo? Até acredito que sim, mas vejo esse feriado como um bom período para descansar, ir ao cinema e não enfrentar fila, ir a bons restaurantes sem ter que esperar horas para conseguir uma mesa.

Por que temos de ver o carnaval como um estado d’alma, uma festa de Baco copulado à Vênus?

Porque simplesmente é assim!

Carnaval só existe se tiver bebedeira, galera e todos os motivos torpes para sair da normalidade! É regado a cervas ou à mais deliciosa combinação de groselha, suco de laranja e vodka. Tem que terminar com canja de galinha ao nascer do sol e emendar um dia noutro. Se acompanhado, gerar criança; se solteiro, se sentir criança e em plena fase oral. Vestir-se de mulher é tolerável, mas se comportar como uma nem mesmo elas! Aliás, a maior revolução cultural/sexual acontece mesmo é no carnaval, quando namoradas dispensam namorados e vão para o tudo ou nada. Não precisa (e é até mesmo desnecessário) ter alalaô ou maria sapatão. Mas todo aglomerado de pessoas com a dentição em dia e a higiene no prazo de validade é um bom ponto de prospecção.

Ou seja, vir com essa historinha de ausência de filas e serviços impossíveis em épocas normais é desculpa para aqueles que, como eu, ficarão em casa e a única coisa que irão desfrutar será “um período para descansar, ir ao cinema e não enfrentar fila, ir a bons restaurantes sem ter que esperar horas para conseguir uma mesa”.

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E por falar em carnaval, recebi um telefonema muito bacana, de uma amiga aqui do Blog (até então só do Blog)e que trabalhará neste carnaval, pois está escalada para cobrir a Marquês pelo SBT. Nath, adorei falar com você!

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Ao assistir televisão ontem resolvi quebrar minha promessa de só escrever aqui a cada dois dias.

Primeiro foi o noticiário. Manchete: “Michael Jackson é julgado por assédio sexual a menores e comparece vestido de branco!” O desatento telespectador não deve ter entendido o propósito do destaque no vestuário do popstar. Totalmente apropriado! Sabendo do que pode lhe acontecer caso seja condenado, nada mais pop e mais fashion do que aparecer já vestido de noiva.


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Trainspotting é demais! É uma verdadeira viagem esse filme estrelado por Ewan McGregor, ainda na sua fase anti-Hollywood (antes dele estourar como o padawan Jedi Obi-wan-Kenobi em Star Wars I e Moulin Rouge).

Neste filme, um grupo de amigos convive com a angústia e dilema típicos dos súditos da coroa britânica e potencializados pelas alucinações causadas pela heroína. Trilha sonora “afudê de com força”, diálogos e cenas antológicas (da privada, do solo que engole o cidadão, dentre outras)... Mas os bons e velhos clichês anglo-alucinógenos que justificam a fuga nas drogas:

  • Pais condescendestes
  • Repressão sexual e na escola
  • Companhias desastrosas
  • Ser súdito de Sua Majestade, a Rainha

Tive a nítida impressão de que assistia à juventude do cantor Pink, já retratado no filme The Wall, de Alan Parker.

Tão bom que assisti duas vezes. No mesmo dia!

Oh, it´s such a perfect day
I´m glad I spent it with you
Oh, such a perfect day
You just keep me hanging on...