segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Assim, pretensiosamente indo aonde muitos já foram e melhor fizeram, tenho o hábito de também registrar as memórias das viagens que faço, principalmente aquelas das quais tiro mais ensinamentos do que ofereço.

Essa viagem para o norte do Brasil me fez lembrar os relatos de Noah Gordon que retratam as dificuldades e conquistas de um barbeiro-cirurgião (não o confunda com um médico ruim de braço) em terras aparentemente inóspitas mas ricas, na verdade, de conhecimento e sabedoria. Ainda, de uma obra de Karl May - Winnetou - em que um alemão retrata o desbravamento do velho-oeste.

Senti-me Rob Cole, ambicioso e ávido por novos conhecimentos, às avessas. No "Físico", Cole deixa a Inglaterra, então dominada pelo obscurantismo e pela brutalidade nos costumes, e parte em busca dos ensinamentos do Oriente, que vivia a idade de ouro da civilização árabe e judaica. Ao saber da existência de uma ótima escola médica na Pérsia, parte decidido a ser aprendiz de um famoso médico que lá ensina.

Vivenciei uma experiência encantadora! Experiência que deveria ser ofertada a todas as pessoas com um mínimo de empreendedorismo e vontade de fazer algo diferente. Fui para o interior do Pará, com a missão de transmitir conhecimento e compartilhar experiências, e volto (estou ainda em Palmas/TO, primeiro contato com o computador depois de dias) com a sensação de que recebi muito mais do que entreguei!

Redenção é a encarnação do velho-oeste. Pessoas de todo o Brasil desembocam nessa cidade, de ruas esburacadas e aparência desafiadora, cheias de coragem e vontade. E em tudo encontram oportunidades negadas nos grandes centros. Mas não é lugar para frouxo ou cagão! Para chegar até lá, os primeiros desbravadores atravessaram o Rio Tocantins e o Araguaia na raça (hoje temos pontes e balsas).

Na minha história, achava que eu levaria o conhecimento e, em uma cidade no meio do mato, conheci pessoas sábias que me ensinaram o verdadeiro significado da força de vontade.

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