segunda-feira, maio 07, 2007

Eu já tive 16 anos e acreditei que cada música da Legião fora feita pra mim, como se o Renato Russo me conhecesse na essência. Tentando criar um paralelo entre o que a música dizia e o meu momento, ou a minha crise existencial, aceitava a sugestão dada pelo oráculo musical e tendia a tomar as decisões respaldadas na mensagem tirada da letra. Lembro-me quando Andréa Dória tornou-se o meu lema “Eu sei, é tudo sem sentido, quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse contra mim. Nada mais vai me ferir, é que eu já me acostumei com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei”.

Foi assim a minha adolescência, meu humor e minhas decisões, todas elas com trilha musical e pelas músicas influenciadas.

Hoje estou com o dobro daquela idade, e confesso que me sinto novo demais para deixar de ouvir rock, mas devidamente escaldado. Eu escuto música e continuo tendo a mesma impressão de antes, parece que aparece uma música que retrata a vida vivida, os sentimentos sentidos e as dores doloridas.

Mas decidi, já há muito tempo, ser o letrista da minha própria música. Se rock’n’roll ou bossa nova, a escolha é minha.