domingo, junho 25, 2006

Se alguém estava com saudade do bom e velho futebol, aquele esporte de macho e que para jogar tem que ter, no mínimo, 32 pregas, hoje saciou o desejo de ver uma boa partida. Portugal é, sim senhor, time de Homem. Tem a assinatura de um pregueador de botão, que faz menino virar adulto. Tem o “dedo” do Felipão!

Jogadas criminosas, entradas hediondas, cotovelo como instrumento de trabalho, barba sendo feita pelas travas da chuteira do adversário, árbitro russo com passagem na Sibéria ou no Carandiru.

No melhor estilo de um jogo de várzea, Pauleta, Cristiano Ronaldo, Costinha, Deco, Maniche, todos capitaneados pelo Figo, levaram os Portugas aonde eles não passeavam há muito tempo. É a seleção de rúgbi com mais cara de futebol que vi nesta edição de Copa do Mundo. Deu gosto de ver! A Holanda, de jogadores imensos e bem nutridos, dançaram o “Vira” e voltaram mais cedo pra casa.

Mas não me preocupa, se cruzarmos com eles na semifinal.

Dará medo se cruzarmos com a Inglaterra, posso prever. Mas dará medo não pelo futebol apresentado pelo English Team. Os súditos da Rainha não impõem tanto respeito assim. Dá medo, isso sim. A cara do Rooney dá medo, aquele criado atacante da Família Adams, de quase 2 metros, dá medo. E se o Beckham resolve vomitar em alguém? Nojento!

Domingo de Copa do Mundo e Fórmula 1, na companhia inestimável da querida Cascavel. Olha ela aí!

sábado, junho 24, 2006

A tranqüilidade de estar na minha casa e a inquietude da necessidade de estar em outro lugar. Bom Deus, o insatisfeito é o pior de Seus necessitados!

Assistir televisão, prazer esse tão raro nos meus dias, e a sensação de despender o meu tempo assistindo televisão, numa afronta à gestão inteligente do tempo. A incessante busca daquilo que acalma e acelera, daquilo que se desenha simples mas com fortes traços. Ah, daquilo que não consigo definir mas que posso simplificar chamando de felicidade...

Aquilo que acalma e acelera; a tranqüilidade e a inquietude.

E toca uma música lá longe, quase não ouço. Ela me convida pra dançar. Eu finjo que não é comigo. De repente, nem é mesmo...

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar

Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar

E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu

Em paz

segunda-feira, junho 19, 2006

Pela primeira vez, depois de ter me mudado para o Brooklin Evolution Home (nome pomposo do meu prédio), usei o final de semana em casa para olha-lo e ver como fazem falta os móveis que não comprei. Estou quase que acampado no meu apartamento.

Em Itamonte meu mundo era o meu quarto; em BH, minha mãe fez um apartamento para mim dentro de casa. Tive casa, na acepção da palavra, quando casei e fui morar no Jaraguá. Tive cachorro e fazíamos churrasco no quintal. Assim que eu cheguei em SP dividi minha casa com a trupe mais bacana do mundo, e depois fui acomodado em um depósito. Lá, neste depósito, as pessoas que eu não convidava para ficar tinham estranhos hábitos. No sábado essas pessoas estavam na Parada.

Agora estou em prédio que dá gosto, com piscina, sauna, lavanderia onde deixo as roupas de manhã e as pego à noite, limpas e dobradas. Tem mesa de sinuca oficial, onde quero reviver os dias de Clube Sírio. Só falta o meu pai aqui para me dar sonoras surras no bilhar. A sala de musculação não é tão nova assim! Acho que os aparelhos foram comprados em alguma época da era mesozóica. Nem na época que a Érika fazia aula de musculação comigo (dez anos, pra mais!) as esteiras eram como as que estão no “fitness center”. Mas tudo bem, o que não falta é academia boa e com acesso gratuito ali. Os porteiros me chamam de dr e começo a acreditar que mereço.

Falta pouco para chamar o meu acampamento de casa. Tem paredes para pintar e cores para escolher. Têm ambientes para projetar e quadros para compor. Depois da minha fase de decorador terminada quando devolvi os móveis para a Eca (Etna), não mais me envolvi com lay-outs e jargões próprios como “carvalho” e “fendi”. Esta fase passou!

No meu acampamento tenho fauna e flora. Tenho minha banheira, habitat propício para nadar predador com barbatana dorsal; meu tapete na sala, para lagartear em dias mornos ouvindo música e lendo até dormir. E o bar e os meus copos, preciosa toca da cascavel.

domingo, junho 18, 2006

Entendo o que aconteceu com o querido e já saudoso Bussunda. Deus queira que eu não vá tão rápido assim. Tenho um histórico familiar terrível, meu risco cardíaco é alto! A mensuração do risco cardíaco, análise das probabilidades de se ter algum problema vascular e afim, leva em conta o sexo (não propriamente a freqüência da prática), a idade, o nível de atividade física praticada, e os casos de problemas cardiovasculares tidos em família. Estou pior do que a Seleção Brasileira.

Aliás, assistir aos jogos da Seleção é o melhor – ou pior – teste pelo qual eu poderia passar. Estou passando mal até agora!

Meu Deus, aquilo não pode ser o time favorito à conquista. É a pior seleção desde 90. Não em valores individuais, pois os caras são os melhores do mundo. É a equipe, é o esquema, é a forma como jogam (ou não jogam).

Dida, o protagonista do Vôo do Urubu (Direitos Reservados), é um mix de Valdir Perez e Carlos. Horroroso, responsável pela cólica que sinto agora. O Ronaldo e o Adriano disputam o mesmo espaço, totalmente sem sincronia.

Quando comecei a assistir futebol, ficava claro que os jogadores se poupavam um pouco em seus clubes e priorizavam a Seleção. O que vejo hoje é o contrário! A consagração não vem mais na Copa do Mundo, vem nos jogos das competições nacionais e internacionais interclubes. Os salários astronômicos vêm dali.

Dida Petequeiro, Cicinho Mau-Caráter, Lúcio Grosso, Juan, Roberto Carlos. Gilberto Silva, Zé Roberto (Seu Jorge), Juninho Pernambucano, Kaká mãozinha. Dentucinho Gaúcho e Roliço Fenômeno. Esse é o meu Time.

Tive febre, angina e agora estou com cólica. Haja!

quarta-feira, junho 14, 2006

As provas acabaram hoje. Fui brindado com a seguinte questão: Qual é a sua preferência? Explique-se! O responsável pela aplicação da prova não sabia preferência do quê... Primeiro a sensação de que aquela era uma pegadinha, depois a certeza de que o estagiário do doutor havia elaborado a questão. Por fim, resolvi falar sobre Estados Laicos e Estados Teocráticos, pois hoje estava afim. E pra comemorar o fim do suplício, a galera saiu e eu não. Tenho medo de cidade grande, sou de Itamonte.

Chacoalha, cascavel, que hoje seu gelo me esquenta.

Feriado bom, no meio de semana. Se acompanhado melhor, se não, da-lhe cascavel. Tem leitura boa, tem cinema honesto pra gente ir. Estou a granel e aceito convites, desde que puros de coração e sem segundas intenções, pois como todo menino criado pelo angu com carninha da vó, sou ingênuo e tolo. Um carteado vai bem, assim como um improvável bate-volta pro Guarujá. Quem sabe eu não faço a minha primeira aula de surfe?!

E a serpente ta aqui, do meu lado.

Amanhã só tem jogaço! Costa Rica X Vietnã, Inglaterra e Júpiter... Essa estória de bolão só seve para matar o sujeito de raiva e encher a bolsa das tias que nada entendem de futebol. Em todos que participo, acertei nada e vi as pessoas que nem sabem que a Turquia não está na Copa acertando resultados improváveis...

Peraí que eu vou dar um bote na bichinha, gelada, que ta me paquerando há horas...

terça-feira, junho 13, 2006

Voltando de Uberlândia (tinha que ser!), eu vim sentado ao lado de um tiozinho que vestia uma camiseta com os seguintes dizeres: “Eu já estive em 7 Copas do Mundo”. Estava escrito em português, inglês e alemão. Os oligofrênicos fronteiriços de sempre... Nesta camiseta também tinha as imagens das credenciais, ou o quer que sejam aqueles ingressos e a foto de passaporte do digníssimo. Estava indo para Berlim, para a sua oitava copa. Nem o Zagallo esteve em tantas...

Deve ter uma galera que já foi em tantas Copas. Eu também irei.

Decidi que, a partir da África do Sul, passarei a curtir cada uma das Copas. Irei a todas.

Aqui do escritório tenho acompanhado todos os jogos pela telinha da Globo.com. Faço valer a assinatura básica dessa forma. No Bolão, só erro nessa porra. A minha maior aposta está na goleada da Copa, em qual jogo acontecerá. Para mim, a Inglaterra de Beckham enfiará 8 gols em Trinidad e Tobago.

Hoje poderia ser o Dia dos Namorados. É impressionante como essa tal de Copa acelera o coração.