segunda-feira, junho 19, 2006

Pela primeira vez, depois de ter me mudado para o Brooklin Evolution Home (nome pomposo do meu prédio), usei o final de semana em casa para olha-lo e ver como fazem falta os móveis que não comprei. Estou quase que acampado no meu apartamento.

Em Itamonte meu mundo era o meu quarto; em BH, minha mãe fez um apartamento para mim dentro de casa. Tive casa, na acepção da palavra, quando casei e fui morar no Jaraguá. Tive cachorro e fazíamos churrasco no quintal. Assim que eu cheguei em SP dividi minha casa com a trupe mais bacana do mundo, e depois fui acomodado em um depósito. Lá, neste depósito, as pessoas que eu não convidava para ficar tinham estranhos hábitos. No sábado essas pessoas estavam na Parada.

Agora estou em prédio que dá gosto, com piscina, sauna, lavanderia onde deixo as roupas de manhã e as pego à noite, limpas e dobradas. Tem mesa de sinuca oficial, onde quero reviver os dias de Clube Sírio. Só falta o meu pai aqui para me dar sonoras surras no bilhar. A sala de musculação não é tão nova assim! Acho que os aparelhos foram comprados em alguma época da era mesozóica. Nem na época que a Érika fazia aula de musculação comigo (dez anos, pra mais!) as esteiras eram como as que estão no “fitness center”. Mas tudo bem, o que não falta é academia boa e com acesso gratuito ali. Os porteiros me chamam de dr e começo a acreditar que mereço.

Falta pouco para chamar o meu acampamento de casa. Tem paredes para pintar e cores para escolher. Têm ambientes para projetar e quadros para compor. Depois da minha fase de decorador terminada quando devolvi os móveis para a Eca (Etna), não mais me envolvi com lay-outs e jargões próprios como “carvalho” e “fendi”. Esta fase passou!

No meu acampamento tenho fauna e flora. Tenho minha banheira, habitat propício para nadar predador com barbatana dorsal; meu tapete na sala, para lagartear em dias mornos ouvindo música e lendo até dormir. E o bar e os meus copos, preciosa toca da cascavel.

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