sábado, dezembro 31, 2005

Aproveitando a memória ainda fresca da aula de arquitetura tida com um sujeito que dividiu o táxi conosco na volta do aeroporto (e mais fresco ainda!), os passeios feitos em Valparaíso e Viña Del Mar fecharam esta viagem memorável.

Valparaíso, ao contrário de Santiago, com seus edifícios imponentes no estilo Art Nouveau (francês, início do séc XX), demonstra uma outra proposta novecentista, a Art Decó. São edifícios em formas geométricas, com materiais menos nobres (plásticos, etc) e elevadores para vencer as subidas dos morros da cidade. É charmosa e boêmia. Tivemos a sorte de assistir a um festival com músicas regionais e suas danças, sendo a “Cueca” a dança mais festejada.

Viña Del Mar é moderna e arrojada. Grandes prédios luxuosos e um Cassino maravilhoso. Deixei bons cobres nas apostas. No final do passeio, jantamos com requinte no Cassino, pegamos o carro alugado e voltamos para Santiago.

Portanto, aí vai o roteiro para 4 dias e 3 noites em Santiago e cercanias:

1. SP – Santiago TAM 09:15/12:30
Fazer check-in no hotel
Conhecer o Mercado Central
Visitar shoppings (compre no primeiro dia, depois não haverá tempo).
Balada no bairro Suécia (altos barzinhos estilo BH)

2. 08:30 City Tour
15:00 Vinícola Concha y Toro.
Jantar no restaurante giratorio.
Balada no bairro Suécia.

3. Aluguel de carro e passeio em Valparaíso e Viña Del Mar.
A água do Pacífico é muito fria!
Jogue suas calças nas apostas de cavalo e Black Jack.
Reserve US$50.00/pessoa para o jantar.

4. Após sair da delegacia, pegue o vôo TAM 13:20 / 18:15.
A turbulência que impede o serviço de bordo, bem em cima da Cordilheira, é natural.
Mas pense na possibilidade de degustar carne humana, em caso de necessidade.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

¡Si señores, estamos acá! Es una bella ciudad e de pueblo muy caliente. Los mariscos, las chicas (rs), todo es muy hermoso e organizado. E, o mejor, no hay gente pobre en todo lugar…

Já fizemos de tudo um pouco. Experimentamos a comida, fizemos o city tour e acabei de chegar da vinícola. Fique tranqüila, amiga Nath, não deixei os fundilhos lá. Na verdade, já os havia deixado no free shop... Os vinhos são maravilhosos e tem para todos os gostos. E, de brinde, você leva uma taca personalizada e a experiência de degustar algumas tacas de R$200 a garrafa (além de aprender a executar o buquet correto).

Ah... a vinícola...

Dividir essas emoções com as pessoas que gosto (vocês, é claro) é uma das alegrias que este blog me dá.Esta é uma viagem relativamente barata. 4 dias são suficientes para desbravar as belezas superficiais e conhecer um pouco deste povo prestativo e feliz. São 16 milhões de habitantes em todo o Chile, 6 milhões moram na capital. O cobre, apesca e as frutas são alguns de seus produtos mais fortes, além do turismo. Aliás, tudo parece ser moldado para atender bem um turista. Um real vale 210 pesos e, para se ter uma idéia, um almoço bom sai por 2.500 pesos. Aluguel de carro não é uma fortuna e se faz tudo de metrô, se a grana for menor ainda.

Ah... e a vinícola...

O clima é mais do que agradável (22º) e só escurece depois das 21H00. Tudo muito plano, à exceção de um quebra-mola chamado Cordilheira dos Andes. Lá você ainda vê alguma neve.

Ah... e a vinícola...

Mas tem uma coisa que não me agrada sobremaneira: os teclados. são nojentos!

Ah...

terça-feira, dezembro 27, 2005

Santiago / Chile

Entoces, estoy... aqui, em Santiago. Sim, este mesmo, depois da Cordilheira dos Andes, você dobra à direita. Que tal, quer me fazer companhia?

E tenho companhia das melhores, meu amigo Isaac. Decidimos de uma hora para outra. Milhas nas mãos, uma reserva do soldo de 13º, um destino escolhido a esmo, e cá estamos.

A viagem já é do caralho - e vale lembrar: se tiveres que comprar algo de valor, compre na saída do Brasil. Não espere a volta, pois o free shop é menos abastado e você só terá 500 mangos de cota. Os Andes, o Yucatan, o Aconcagua... você vê tudo. A cidade, até agora, trouxe-me algumas impressões: gente feia e baixinha (sinto-me grandão aqui), poucos mendigos (as crianças pedem coisas, mas estão agasalhadas e alimentadas) e muitos prédios conservados. As pessoas são extremamente amáveis (MUITO) e come-se muito bem no Mercado Central daqui. Optem pelos mariscos e, claro, pelo vinho local. A cerveja não é grande coisa.

E por falar em vinho, amanhã conheceremos as vinícolas Concha y Toro. Com direito a degustação e tudo. Mais detalhes só amanhã, até porque estou levemente "alto" e este é o teclado mais nojento que já usei na minha vida.Beijos a todos!

sábado, dezembro 24, 2005

Então é Natal... Bom, sem querer polemizar, mas enfiando o dedo na ferida (tava ferido? Nem vi!), não curto esse papo de natal. Sou 100% fã de Cristo, mas ELE não nasceu nesta época do ano - todas as descrições bíblicas do evento não batem com as condições climáticas apresentadas na Palestina de hoje. Esta data foi um arranjo, uma adequação aos costumes e ritos pagãos para que o cristianismo fosse melhor aceito como religião oficial do império romano. As comemorações de 25 de dezembro já existiam, com um outro propósito: reverenciar o deus sol. Tá bom, tá bom, é uma excelente analogia: deus sol e o nascimento de Jesus, etc e tal. Mas não retrata a realidade e, o que é pior, faz com que as pessoas se concentrem e só pratiquem o "espírito de natal" em uma determinada época do ano.

Muito já se fez pelo espírito de natal: guerras foram suspensas, ações terroristas adiadas, esmolas dadas, ligações feitas. Porra, você só se lembra de ligar para a sua avó em uma única data? Não encontraríamos argumentos mais sólidos para um armistício do que simplesmente o espírito de natal? Por exemplo a vida? E caridade tem data marcada para fazer? Faça-me o favor!

Se tem uma coisa muito bacana nisso é o esforço que as pessoas fazem para reunir a família. Todos se encontram e comem a valer. Enchem o pandu de comida e todos ficam muito felizes. Isso é legal. Menos na casa da minha avó, coitada, pois com o que bebem os 4 filhos dela poderíamos abastecer a frota de carros de uma cidade com 20.000 habitantes. É uma festa!

Mas estar em BH é maravilhoso. Meus amigos, minha gente, meu sotaque. Tem tanta gente ainda para eu ver! Estar com o meu pai, minha irmã Melissa (louca de pedra), minhas filhas, isso é demais! E vou curtir a noitada de comelança com eles. Tá afim? Só não venha propor, " ‘a nível de’ este é o momento do nascimento do nosso salvador", uma reza. Tenha dó! Mas o seu lugar tá garantido, é só puxar a cadeira e sentar. A Melissa assumiu o comando da cozinha e não deixou ninguém chegar perto. Até porque, se chegar perto é capaz de ficar meio doidão com a "maresia, sente a maresia..."

Este natal será, no mínimo, diferente.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Dona Henriqueta casou-se tarde, para os padrões da época: 22 anos. Antes disso, ela só queria saber de pescar e caçar passarinho com seu estilingue, sempre acompanhada de sua gata, a “Papa-peixe”.

Quando ela se casou, não sabia fritar um ovo. Cozinhar era uma das prendas mais valorizadas de uma moça boa para casar. Sua mãe, Dona Anucha (apelido carinhoso), uma italianona calabresa, jamais a ensinara coisas de casa. Qual não foi a sua surpresa ao saber que, desde o momento do “sim”, ela passara à condição de provedora dos alimentos de casa?! O seu primeiro presente de casamento foi um livro de receitas. E com toda a maestria ela perdeu o ponto do molho, ponto que até hoje procura. Dizem que quando ela erra no tempero ou no tempo de cozimento, a comida fica excelente. Seus netos que o digam. Eu posso dizer.

Mas minha avó é uma guerreira e quase santa. Dizem que, no armagedom, 144000 já estarão salvos da ira de Deus e que os outros passarão pelo julgamento. Minha avó tem cadeira cativa entre a galera VIP, e o lugar dela é dos melhores. Mas cozinhar não sabe. Teve 11 filhos, parece que as qualidades dela eram outras.

Todas as vezes que eu pergunto ou falo besteira, ela finge brigar comigo. Mas gosta de falar besteira. Diz ela que meu avô, dias antes de morrer com 77 anos, contribuiu. Parece que ela era fogo...

Ontem combinamos que ela passará um mês comigo em SP, agora em janeiro. Combinamos que tomaremos vinho, assistiremos à novela e que irei levá-la ao Programa Silvio Santos. E ela faz questão: dormir do meu lado para poder cantar para mim. Com uma ressalva! Um travesseiro entre os dois, pois ela disse que costuma sonhar... Ô velhinha safada!

terça-feira, dezembro 13, 2005

Encontros Natalinos

Esta é a estória de mais um encontro. E esta época é propícia para este tipo de encontro.

A Betty deve estar me esperando até agora. Ou já percebeu que ela não é para o meu bico e me descartou. Mas juro, acordei pensando nela. Não necessariamente nela, mas no que ela poderia me oferecer.

Acordei pensando nela e, para o encontro que eu havia planejado, arrumei-me da melhor maneira possível. Gravata combinando com a calça, barba feita e tudo pronto na minha cabeça. Como era um grande compromisso, pedi para os meus dois padrinhos-para-qualquer-assunto, Tio Randas e Preto, acompanharem este momento. Eles toparam e lá fomos encontrar a Betty. Talvez assim a coragem para a decisão final apareceria.

- Ei Betty, não falei que eu voltaria?
- Que bom que você voltou, significa que você gostou muito, Richard (Eu penso: “christian”). E então, vamos oficializar? Você aceita um café?
- Não, obrigado! Trouxe até os meus amigos para presenciarem esse momento.
- Por que, você não tem certeza, Richard? (“Christian!”)
- Para ser honesto, estou com dúvidas. Quero olhar direito a peça.
- Tudo bem, aqui está o TAG que você escolheu. Chegaram outros mostradores também do mesmo modelo, Richard. (“CHRISTIAN”)

De repente, surge o Preto com uma sugestão. Um Bvlgari. Olho para o relógio e me apaixono. Já não quero mais o Formula 1 com fundo vermelho. Quero aquele Bvlgari automático. E melhor, o valor na etiqueta é menor. Uns 800 a menos. É este, está escolhido.

Betty então me fala das vantagens. Não se cansa de me chamar de Richard e, num momento de intimidade inexplicável, começa a me chamar por apelido.

- E este Bvlgari tem um valor bem em conta para uma jóia. Apenas 3010, Cá. (CÁ???)
- E o TAG?
- 3800 com um desconto caso pague em apenas 5 vezes. Mas um Bvlgari é um Bvlgari, não é?
- É... mas por que o TAG é mais caro que o Bvlgari então?
- Não é mais caro! É bem mais em conta. O Bvlgari custa 3010 CA... da uma das 8 parcelas.

O Randall que estava próximo me chamou ao pé do ouvido e disse: “Vambora mano, que se não a gente perde o busão, não conseguimos fazer a baldeação e vamo chegar atrasado, e o chefe ta na bota”.

Agradeço o café, digo que pensarei e que depois eu volto.

Até porquê pretendo conhecer o mundo, voltar a ter carro bacana e consolidar a compra do ap antes de ter relógio de 25 paus. Será que ela ficará me esperando?

terça-feira, dezembro 06, 2005

O Brasil será campeão da Copa do Mundo de 2006! Acreditem em mim. Sou seguidor do Zagallo e, como ele, tenho uma predileção pelos números e premonições. Aliás, numerólogo e tarólogo de longa data, jogo cartas e tarô, leio o futuro e trago a pessoa amada em 2 dias.

Pela numerologia, 2+0+0+6=8, o mesmo número de letras de: “canarinho” (nome da nossa seleção), menos 1 (1, de primeiro). Junho, mês de início da competição, tem sido precedido por maio há muito tempo, o que demonstra a tendência à vitória de um país sul-americano. A Alemanha, país recentemente classificado como “germânico”, tem um clima bastante propício para o consumo de cervejas bock, o que também é um ótimo indicativo de performance. Além disso, pesa o fato de Brasil ser o único país com a inicial “B”. Estudos grafológicos dão conta de que esse é a marca da Vitória. B de Vitória!

Essa Copa é nossa e estou convencido disso. Segue a chave que será sorteada para o Brasil:
Brasil
Angola
Holanda
Estados Unidos

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Existem pessoas que, de tão insuportáveis, seriam capazes de levar ao suicídio quem, com elas, se vissem presos em uma ilha deserta. Pessoas que causam asco, nojo, repulsa, fazem mal para pessoas. Esses deveriam pagar um tributo extra, deveriam ser penalizados. E o valor desta multa deveria ser bem alto. Só uma pessoa muito rica poderia ter condições de ser assim (se é que alguém pode ser assim). E as pessoas sem condições financeiras, qual seria a multa a ser paga por atrapalhar a vida alheia? Não tenho muita idéia, pois sou um menino sem ódio no coração. Pensei em colocar o penalizado preso a alguma corda enlaçada em seu pescoço, com um balde de ácido em baixo dele caso a corda arrebente...

Você conhece algum? Eu conheço alguns.

Não sei qual é a glândula responsável por este comportamento filhadaputesco. Pois só pode ser glandular o problema. Uma pessoa não acorda de manhã e se propõe ser filha da puta. Ela deve fazer isso sem perceber. Não acredito na maldade humana. Mas existem técnicas medicinais muito avançadas nesta área de extração, transplante, mutação, sei lá.


E os critérios para avaliar se o fulano merece ser multado são muito sutis. Deve-se eleger um tribunal para julgar cada caso, um foro especializado. Candidato-me! Quero livrar o mundo desta escória, escumalha. E é bom que me garanto, caso eu esteja entre os pugnáveis.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Mais uma página escrita no Tribunal de Exceção da República das Bananas.

Assisti, estarrecido, a mais um julgamento político dirigido pelo Pavilhão 2 do Carandiru. O ônus da prova coube ao réu e, assim, Zé Dirceu perdeu seus direitos políticos, não por ter roubado ou incentivado o roubo, mas por ser arrogante, não atender telefones e não marcar reuniões.

O Pavilhão 2, superlotado com 400 deputados, sentiu-se no direito de condenar um homem com uma biografia de luta contra a ditadura e o fez perder as únicas coisas pelas quais lutou a vida inteira: seus direitos políticos.

Se o julgassem por ser de difícil trato, ou por ser o responsável pela eleição do inepto dos ineptos, ou até mesmo pelo sotaque ardido que tem, a condenação seria aceitável. Mas quando o condenam por comprar votos dos integrantes da Casa, o Pavilhão 2 se vê obrigado a cassar ao menos aqueles que, segundo os próprios deputados, teriam sido comprados.

Essa é a República das Bananas: dirigida pelo inepto barbudo e com o Tribunal de Exceção instalado no Pavilhão 2 do Carandiru.