terça-feira, janeiro 30, 2007

“Supertramp e outros Bretões” seria um bom título para a heresia cometida ontem, quando gravei um cd esperando a Mari chegar. Mas ficaria meio título de Qualquer Merda e Novos Bahianos e não faria jus à “excelência” alcançada.

Supertramp dá o tom das 9 primeiras, com The Logical Song fazendo a abertura. Depois deste resgate musical dos meus tempos de meninice em Itamonte, fiz uma transição –se é que podemos chamar assim – para Phil Collins e Genesis. Num golaço no ângulo desta coletânea, saí do careca genial da bateria para um não menos genial – e mais cabeludo – deus da guitarra: Eric Clapton. Dali para uma parceria com o Mark Knopfler não demorou muito. Sultans of Swing ao vivo, 13 minutos de solos de guitarra. E como era ao vivo, emendei um Coldplay e Richard Ashcroft no Hyde Park. Depois, como estávamos por lá, acreditei que cairia bem um Robbie Williams (aquele caboclo que eu gostaria de ser quando crescer) na seqüência.

E assim terminei o pecado cometido, que bem sei que terei de prestar contas no dia do juízo final.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

A vida no interior tem algo de fantástico, e o sujeito que é avesso à vida pacata tem problemas oriundos da fase anal ou qualquer coisa assim. As pessoas são mais felizes quando não moram nas grandes capitais. Não precisa estar, necessariamente, longe delas, mas obrigatoriamente, não nelas. Pode-se muito bem, em uma cidade próxima da capital, marcar um bom médico, ir a uma boa peça de teatro (in ou off), aproveitar para esticar numa balada ou restaurante e, quem sabe, sem precisar voltar pra casa no mesmo dia. Tem tanto Ibis por aí!

Enquanto uns pensam que falta tudo nessas cidades, eu acredito que o que falta é um pouco de iniciativa para suprir a cidade com aquilo que lhe é necessário. Na cidade não tem XXXX? Abra um XXXX. “Mas aqui na cidade do interior XXXX não vai pra frente?” Não vai por que? Nesta cidade ninguém compra leite, não abastece o carro, não usa o telefone? Se nesta cidade as pessoas sentem necessidade disso, sentem necessidade de todas as outras coisas. O desafio, que às vezes ninguém quer abraçar, é trabalhar duro para vencer os obstáculos iniciais: desconfiança, melindres, fuxicos, coisas naturais das cidades do interior.

Quero me mudar para o interior! Quero passear na praça sábado à tarde, tomar sorvete de cascão. Quero cheiro de mato. Quero distância de trânsito. Quero oportunidades novas. Quero criança correndo na praça, cachorro saindo de manhã e voltando à noite, depois de bundar por aí traçando cachorrinhas incautas. Não quero sino de igreja marcando cada meia hora.

Foz do Iguaçu me fez bem... São José dos Campos me fez bem... Boituva me fez bem... São Paulo me faz mal. Quatro finais de semana seguidos indo para o interior, para cidades que estão bem próximas de grandes centros, mas que conservam características indeléveis deste tipo de lugar. Ah, Itamonte!

terça-feira, janeiro 16, 2007

Todo o sofrimento do mundo às vezes é pouco para expiar as minhas dívidas. Ergo meus olhos pro infinito e pergunto “por que?” O mundo é uma grande espiral, gira.. gira... e me sinto tonto. Por que tantos reveses, por que tantos “nãos”, por que tenho que perguntar tantos por quês? Levanto todos os dias pela manhã, esforço-me para ser competente, justo, amigo, decidido, dedicado. Busco ajudar as pessoas, dentro dos limites do meu mundano egoísmo. Alegra-me ver meus amigos contentes. Procuro elevar meus pensamentos em Deus.

Será que estou pagando as faturas da minha boa sorte? Será que tive tanta sorte assim? Por ter tido oportunidades agora sou cobrado por elas, de uma forma pouco convencional, sofrendo? Vó, o que foi que eu fiz? Onde foi que eu errei tanto? Fiz as orações que aprendi, fui um bom menino, ajudei velhinhos a atravessarem a rua, fiz quase todos os meus deveres de casa!

Estou longe de casa, longe do ninho, as coisas acontecem e eu não estou lá para resolvê-las. Que espécie de protetor sou eu? Que porra de espécie de livro foi escrito a minha história que em que cada capítulo, uma tragédia?

O que foi? O que você está olhando? Tá feliz agora, tá? Qualé Véio, tá me tirando?