segunda-feira, janeiro 29, 2007

A vida no interior tem algo de fantástico, e o sujeito que é avesso à vida pacata tem problemas oriundos da fase anal ou qualquer coisa assim. As pessoas são mais felizes quando não moram nas grandes capitais. Não precisa estar, necessariamente, longe delas, mas obrigatoriamente, não nelas. Pode-se muito bem, em uma cidade próxima da capital, marcar um bom médico, ir a uma boa peça de teatro (in ou off), aproveitar para esticar numa balada ou restaurante e, quem sabe, sem precisar voltar pra casa no mesmo dia. Tem tanto Ibis por aí!

Enquanto uns pensam que falta tudo nessas cidades, eu acredito que o que falta é um pouco de iniciativa para suprir a cidade com aquilo que lhe é necessário. Na cidade não tem XXXX? Abra um XXXX. “Mas aqui na cidade do interior XXXX não vai pra frente?” Não vai por que? Nesta cidade ninguém compra leite, não abastece o carro, não usa o telefone? Se nesta cidade as pessoas sentem necessidade disso, sentem necessidade de todas as outras coisas. O desafio, que às vezes ninguém quer abraçar, é trabalhar duro para vencer os obstáculos iniciais: desconfiança, melindres, fuxicos, coisas naturais das cidades do interior.

Quero me mudar para o interior! Quero passear na praça sábado à tarde, tomar sorvete de cascão. Quero cheiro de mato. Quero distância de trânsito. Quero oportunidades novas. Quero criança correndo na praça, cachorro saindo de manhã e voltando à noite, depois de bundar por aí traçando cachorrinhas incautas. Não quero sino de igreja marcando cada meia hora.

Foz do Iguaçu me fez bem... São José dos Campos me fez bem... Boituva me fez bem... São Paulo me faz mal. Quatro finais de semana seguidos indo para o interior, para cidades que estão bem próximas de grandes centros, mas que conservam características indeléveis deste tipo de lugar. Ah, Itamonte!

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