terça-feira, setembro 05, 2006

RPM - O Treino

Utilizamos, como estratégia de conscientização e fidelização no RPM, não compará-lo a outros programas de ciclismo indoor, mas deixar muito claro a cientificidade e entretenimento que estão por trás deste programa.

Assim como outros programas de ciclismo indoor, o RPM usa bicicletas estacionárias. A semelhança entre as outras aulas termina aí!

Peço-lhes paciência e desculpas, pois vou defender este programa dando ênfase técnica e mercadológica/comportamental e isso vai demorar!

O RPM foi desenhado para o praticante, ponto! O praticante de ciclismo indoor deixou de ser, há muito tempo, composto por uma maioria de ciclistas que optavam por fazer o seu treino indoor nos "rolos" e buscavam apenas performance. Hoje os "performáticos" ainda fazem essas aulas (e o RPM foi feito para eles também), mas os praticantes de ciclismo indoor muitas vezes nem sabem andar de bicicleta convencional e o que eles querem é chegar até o final da aula, sentirem-se capazes. Por isso, o RPM foi construído para treinar e emocionar os participantes, levando-os aos níveis que eles desejam (físico ou psicossocial).

O que mais os participantes querem? Gastar calorias e não ver o tempo passar. Se bem que, com aquele banco da bike, isso não é tão fácil assim. As pessoas querem ter certeza de que a dor sentida é compartilhada com os demais. Cada um dentro do seu condicionamento (como veremos na explicação científica), eles treinam e se divertem. O fato de a aula ser coreografada e sincronizada à música dá a mesma sensação dos espectadores de um filme. Como assim? Vocês se lembram do filme "Tubarão", quando tocava a música-tema e vocês se arrepiavam até o último fio de cabelo? Pois é, a música dá o tom da aula de RPM.

Agora vem a ciência:

Utilizando a Tabela de Borg (Percepção Subjetiva do Esforço, PSE, graduada até 20, sendo 20 o esforço extenuante), definimos muito bem o gráfico de esforço da aula, pré-formatada em um profile intervalado “Fartlek", com estímulos e recuperações ativas. Vejam como funciona, tecnicamente:

São 9 músicas (45min)

Música 1 - Aquecimento: Saída da homeostase e preparo do corpo para a aula (8 - 12 PSE);

Música 2 - Giro de Cadência: 2º estágio do preparo corporal, o praticante conhece todos os possíveis trechos (retas e subidas) e conhece a cadência, ou seja, o giro + ritmo (12 - 14 PSE);

Música 3 - Subida de Montanha: 1º pico da aula, subida íngreme elevando a freqüência cardíaca e dando estímulos neuromusculares secundários (15 - 17 PSE);

Música 4 - Terreno Misto: Recuperação ativa e manutenção da FC na zona de treinamento, essa música permite ao praticante a recuperação necessária para a 2ª parte da aula (13 - 15 PSE);

Música 5 - Contra Relógio: 2º pico da aula, esta música simula uma competição por equipes, com ataques na bike e busca pelo vácuo (15 - 17 PSE);

Música 6 - Metavolante: Mais um momento de recuperação/manutenção da FC na zona de treino, essa música simula um circuito oval, liso, com giro progressivamente alto (14 - 16 PSE);

Música 7 - Montanha Especial: O último e derradeiro pico da aula, visa esgotar a última gota de energia do praticante, chegando a 19 PSE;

Músicas 8 e 9 - Giro de recuperação e volta à calma, leva o participante em segurança de volta pra casa.

Pela literatura científica, sabemos que Borg é plenamente aceita como parâmetro de esforço, tendo sido estabelecido que a atividade aeróbia é aquela que permanece por tempo adequado dentre os níveis 12 e 16 PSE. Assim, o RPM é um treino de arcabouço aeróbio com instantes anaeróbios.

As aulas devem manter este profile, pois se trata de um protocolo de treinamento. Os professores podem buscar na discografia do programa as alternativas musicais, mas mantendo a seqüência musical.

Estudos demonstram que a capacidade de suportar o esforço, no RPM, é maior do que se o praticante estivesse pedalando nas mesmas condições em ambiente aberto. Isso se deve pelos elementos sócio-motivacionais da música sincronizado ao exercício. Este estímulo é ainda maior pelo fato de ser coreografado. Ou seja: Quando a música aumenta sua intensidade, o movimento também se torna mais intenso. Quando a música abranda, o movimento também abranda.
Bom, esse é só o começo da jornada por dentre o RPM. Tem muito mais de onde veio isso...

Como eu disse, não comparamos as aulas. Mas a nossa é muito bem embasada. O sucesso depende da capacidade do professor de levar os seus alunos a aproveitarem o máximo da aula, encantando-os, verdadeira missão deste profissional.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá!
Gostaria de saber qual o tempo aplicado para cada uma das fases de treino e para cada uma das musicas!
Tb gostaria de saber se considera ou não pertinente a realização de alongamentos após o aquecimento.
Gostaria que me repondesse para dario_gomes@hotmail.com. Um abraço