Lugar privilegiado, que deu ares de concerto, camarote e comes e bebes a vontade. “Mas isso não é rock”, diz meu crítico amigo. É sim! Só que com o conforto que alguém que trabalha de domingo a domingo faz por merecer, entrando no estádio quando faltavam 15 minutos para o início. Eu entendo a galera que defende o rock como um modo de viver, que fazer rock' n roll é dormir em fila, passar privações, mijar em copinho descartável (e há alguns que insistem em lança-los cabeças de distância), empurra-empurra... Então, respeito. Mas estar num lugar onde cada um foi no seu jatinho particular é bom, viu?
E o show?! Com todas as músicas conhecidas decoradas, cantei e pulei. Quis ligar pra todo mundo para compartilhar o momento, tentei gravar pedaços do show. Nada disso dava muito certo, mas o que eu queria mesmo era beijar muito na boca. É um show para chorar e beijar, aquele beijo com gosto de lágrima e de incredulidade. De olhar nos olhos e sentir que aquele é um momento mágico e de perguntar se tudo aquilo é verdade.
Tem gente que não aceita a verve dele politicamente correta, de falar do judaísmo, islamismo, cristianismo (colocar os 3 na mesma caldeira é coisa do diabo, certeza). Confesso que fiquei chateado, pois o Lula (safado) tinha acabado de lhe oferecer um almoço e, no show, o Bono retribui colocando o Bush ao seu lado (vaia estrondosa). Palhaçada. Até aí... Só que faço mais a linha do Robbie Williams. Se tivesse que puxar alguém pro palco, seria uma baita duma gostosa, não a roliça alçada ao palco.
A pulseirinha de acesso à área vip vou tirar daqui duas semanas, a camisa foi para a lavanderia, pois estava nojenta. O cd recebido com o pacote não pára de tocar no carro. E a vontade de que nunca terminasse tá aqui, firme e forte.
Touch me
Take me to that other place
Teach me
I know I'm not a hopeless case
*****
Aproveitando os comments, segue este complemento. Sabe o que eu acho? Quem está no show caga e anda pra conversinhas tipo “isso é comercial” ou qualquer outro comentário que macule a emoção do que se vivencia lá. O que a galera achou da transmissão só soube por relatos. Agora, tradução de música eu só curto as dos hinos, em época de Copa do Mundo. Isso pra mostrar o porquê que os caras da França engoliram o Brasil. Compare os dois (o nosso e a MARSEILLAISE) e entenda.Sabe qual é o meu bode das traduções? Dá idéia errada! Daqui a pouco veremos surgir uma dupla caipira desconhecida até o dia do show e que, vendo a tradução de Pride, aproveitará o refrão e lançará “Em Nome do Amor”, usará a música (bem mais lenta), mudará toda a letra e emprestará a voz metálica e tremida típicos da classe.
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