quarta-feira, novembro 23, 2005

Há 12 anos atrás ele me serviria o miojo e estaria ótimo. Conversaríamos sobre o baile do domingo anterior e eu o agradeceria por ter me recolhido da rua, no momento exato em que eu beijava o poste e fazia uma declaração de amor ao cachorro que me lambia a boca. Combinaríamos um vôlei de dupla, o próximo churrasco e os novos sinais para o truco. Ouviríamos Iron pela enésima vez e, se estivéssemos inspirados, talvez saísse a versão de número 6 para a nossa composição, “O melô do cu”.

Tudo isso preenchia nossas vidas. Éramos muito unidos e sou capaz de dizer que a felicidade existia (apesar de, no meu caso, as privações econômicas serem acima do nível aceitável).

Perdemos pessoas que amávamos (e ainda amamos, claro!), nossas vidas tomaram rumos diferentes. Contabilizamos sucessos e percalços. Paradigma substituiu a Mikasa nas nossas cortadas.

Ontem ele me recebeu em sua casa, mais uma vez. O miojo foi dignamente representado pelo menu preparado por ele, com direito aos pães, patês e caviar de entrada, penne e salmão, regado a azeite extra virgem e shitakis flambados (idéia minha) como prato principal. Vinho e café saído da cafeteira italiana com a devida grappa.

Ouvimos rock de boa qualidade, revi minha querida Maristela (sua mãe), a Carol e as meninas (assim como eu, ele também tem 2) e, num determinado momento, voltamos a 92 e começamos a combinar o próximo final de semana.

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Pergunta que não quer calar: Marquinho, você realmente acha que a gaveta de cueca DO SEU PAI é o melhor lugar para guardar a fita pornô que você alugou escondido?
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Nota de esclarecimento: meu amigo não gosta de música sertaneja como eu havia alardeado antes. Ele gosta é de moda de viola... Ah, bom!

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