quinta-feira, junho 23, 2005

Fui eleitor do Brizola! Na verdade, fui um eleitor infantil do Brizola. Tinha 15 anos em 89. Mas gostava dele. Não dele, propriamente dito, mas do tanto que ele irritava as pessoas demorando a dar uma resposta simples, às vezes um “sim” e do início dos seus discursos, com um pooovobrasileiro. E me achava esquerda total naquela época.

Época de Juju (minha mãe), professora da Universidade Federal, comunista como todos os outros professores da Faculdade (ela, naqueles dias, da UFRJ). Época em que minha mãe foi a Cuba e me trouxe boné, camisa, etc, enaltecendo a Revolução e a constante briga contra os imperialistas e tal.

Hoje sou capitalista convicto, acredito nas benesses advindas da mais-valia, acredito nas formas de controle para aumentar a produtividade, acredito no relatório de desempenho, acredito no computador com um porta-retrato ao lado. Acredito, também, na possibilidade de comprar um segundo apartamento antes dos 35 anos de idade, acredito em viagens por uma fatia considerável dos lugares visitáveis, no poder de consumo, e na percepção luterana de que todo esforço merece uma recompensa.

Não precisar mais pescar lambari para ter alguma coisa diferente no prato, além do trivial, para me dar ao luxo de poder, quando bem entender e o calendário ajudar, sentar essa bunda que Deus me deu num avião e ir até o Rio, visitar amigos e almoçar no Mariu's Crustáceos e comer uma quantidade exótica de outros peixes, mesmo que depois eu tenha que sentar essa mesma bunda num vaso sanitário e não sair mais de lá, é o meu troco para aqueles dias de peste.

Portanto, que venham as câmeras de espionagem “laborial”, que me tirem o direito de gastar bons minutos do meu horário de trabalho no messenger (notem que estou sempre “ocupado”)... Trabalho, Véio! Trabalho e foco. Essa é a resposta.

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