quinta-feira, março 31, 2005

Conversando com amigos recém-chegados de além-mar, constatei que crianças com menos de 7 anos não podem embarcar em aviões com viagem de longa duração. Mais do que 45 minutos ninguém suporta. Birras, choros, bagunças, atitudes insuportáveis. É estressante. É uma covardia com os outros passageiros; eles não as geraram, não participaram do bem-bom, não têm obrigação civil. Por que os passageiros devem arcar com o ônus de uma criança gritando, durante 10 horas, “eu quero, eu quero”? E aquela avó que deixa a menininha de 11 meses brincar com o copo de suco de laranja? Deveria ser autuada em flagrante. Não será na calça dela que a coitadinha derramará o líquido amarelo. E pra dormir?

Isso traumatiza as pessoas. A diminuição da compra de bilhetes aéreos deve estar vinculada ao aumento de crianças viajando de avião.

Em 2000 eu embarquei para a França, a trabalho (lógico). Já estava pedindo a Deus “qualquer coisa, menos uma criança birrenta ao meu lado”. Deus me atendeu e, ao que pareceu naquele momento, presenteou-me. Uma loira, linda, chique, cheia de delicadezas. Mas distante. Não queria muito papo. Mas eu queria e falei até quebrar o gelo. Ficamos amigos. Ela morava em Milão há muitos anos, o que justificava o sotaque. Já estava achando que, “quem sabe?”, não poderia rolar algo mais... Quando estávamos para aterrissar, recebemos os documentos de imigração para preencher.
- “Estou sem escrever em português faz tempo, você me faz esse favor?”
- “Claro que sim, querida. A propósito, qual é mesmo o seu nome?”
- "O nome tal qual está no passaporte?"
- Temo que sim, querida! Nada de apelidos."
- “Fábio!”

Se tivesse rolado, com certeza teria algo a mais... Deus havia me castigado!

Nenhum comentário: