segunda-feira, janeiro 10, 2005

Carta-resposta Revista Época (09/jan)

Vivemos um momento interessante!

Desde a década de 80, os EUA entraram em alerta contra uma epidemia de proporções avassaladoras: a obesidade.

Essa epidemia, que diminui a expectativa de vida das pessoas, tornando-as incapazes para atividades do dia-a-dia e que onera os cofres públicos com tratamento de inúmeras doenças advindas da obesidade, tem, como principal agente de proliferação, a contra-informação.

Em um mundo globalizado, onde a informação chega em átimos de segundo, é de se espantar que, no Brasil, somente 1,8% da população economicamente ativa pratique algum tipo de atividade física orientada (IHRSA). Será que as pessoas não têm acesso às revistas, jornais, televisão? Ou será que elas são bombardeadas com informações que a desestimulam a prática da atividade?

Lendo a matéria de capa da edição de 09/janeiro/05 desta conceituada revista,deparei-me com uma quantidade de inverdades tão grande que, caso não fosse esclarecido, preferiria ficar em casa - comendo pipoca e assistindo televisão - a me entregar à sorte em uma máquina de moer carne que vocês pintaram na matéria.

Vamos aos fatos:

- O sedentário deve começar por uma atividade específica?
Sim, a que ele escolher! A que ele se sentir confortável! A que ele estiver acompanhado por pessoas que ele conhece! A pessoa só é sedentária porque nunca se viu motivada a fazer a atividade física! Sentir-se no comando do seu bem-estar, em uma atividade que ele escolheu, confortável e acompanhado por amigos não seriam bons estímulos?

- Quem deve se preocupar com a adequação da atividade para o nível de condicionamento do participante?
O professor, embasado na avaliação física-funcional. Portanto, o sedentário pode, sim, freqüentar uma aula de BODYPUMP, ou RPM, ou BODYCOMBAT, ou qualquer outra modalidade oferecida pela Body Systems nas 1904 academias licenciadas no Brasil (não 1800, conforme está na matéria), pois o professor passa por um processo de treinamento que beira 100 horas (nunca antes visto para uma modalidade específica) que, somadas à formação profissional regular (faculdade ou curso de provisionados do sistema CONFEF/CREF's), habilitam o profissional a cuidar das mais diversas características do ser humano.

- Pode-se fazer uma atividade seguida de outra, como por exemplo, um aneróbio e outro aeróbio?
Depende! Dependerá do condicionamento atual do praticante, da sobrecarga em cada uma das atividades, do objetivo a ser alcançado, do que o motiva mais. O fato é: se bem orientado, não lesiona. Veja os exemplos de quem faz musculação precedido pela caminhada na esteira (treino clássico). É aeróbio seguido de anaeróbio! Por que não fazer BODYPUMP e logo depois, BODYCOMBAT? No primeiro você fortalece articulações e músculos, preparando o aparelho locomotor passivo para o treino e, depois, usufrui desses benefícios para praticar uma aula ainda mais intensa. Conforme está na matéria, o ideal para descansar seria fazer um e, no dia seguinte, o outro. Quem disse que descansaria? Dependendo do estímulo, o descanso ideal é de 48 horas. Portanto, cada caso, um caso.

Honestamente, parece-me que "enlatado" mesmo foi o conteúdo essa reportagem, que repetiu uma série de clichês a respeito da atividade física. A mesma receita de bolo, a mesma contra-informação responsável (ou irresponsável) pelo sedentarismo que hoje mata mais, no Brasil, do que a fome.

Atenciosamente,

Christian Munaier
Consultor Administrativo
Treinador PRO
christian@bodysystems.net

2 comentários:

Marcio K disse...

Boa! Vamos ver se eles publicam...mas imagino como deve ter se contido pra não sair uns palavrões no meio. :-)

Anônimo disse...

Gostei da resposta. Lendo a reportagem on line pude observar como eles normalmente distorcem as informações fornecidas pelos profissionais entrevistados. E quem sai perdendo com esta história é o leitor que acredita estar sendo bem informado, mas na verdade...
Beijos, Tânia Reis.