quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Cada cidade ou região mostra sua raiz, sua história, através dos nomes que batizam suas ruas e seus bairros.

No interior costuma-se homenagear os políticos locais, suas mães e os personagens caricatos. Em Piraju, interior de São Paulo, as ruas foram batizadas de Chico Pipoca, Pedro Mula, e as pessoas se orientam pelo “arvão”, que é perto do "córgo". Já em Itamonte, no sul de Minas, temos a rua do Cu Sujo (nome próprio, letra maiúscula), do Zé da Vó, e por aí vai.

Em São Paulo os eleitos foram os bandeirantes. É impressionante a quantidade de ruas e avenidas com nomes desses intrépidos desbravadores (para alguns, assassinos). E muitas dessas ruas cruzam com outras, com nomes de índios (seus alvos preferenciais). Este tipo de encontro ainda rende uma boa soma de mortes.

Em Brasília as assépticas numerações de quadra e lote, lago e asa, demonstram a frieza que uma cidade administrativa deve ter. Não tem rastro, não tem cheiro. Aliás, tem cheiro sim. Cheiro de número, cheiro de dólar. Dólar armazenado em cueca. Isso sim é dinheiro sujo!

Em BH gostamos de poetas. Gostamos de boemia. Homenageamos os que escrevem e as musas que os inspiram. Carlos Drummond, Gonçalves Dias, Marília de Dirceu... E os inconfidentes, claro! Por isso o nosso gosto pelos botecos e pelas discussões políticas. Temos isso na veia. É com o álcool substituindo o sangue quando estamos sentados nas cadeiras da calçada que mostramos nossa verdadeira arte: amar... E contar causos.

Saudades docê, BH!

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