sexta-feira, julho 08, 2005

6. Acrilic On Canvas - Legião Urbana

Eu tinha 15. Ela tinha 12. Éramos jovens de Itamonte, e fazíamos parte da galerinha “in” da cidade. Ela, junto com minha irmã Candice, era considerada a menina mais bonita da cidade. Belezas diferentes. Candice era (e ainda é) loira, olhos verdes azulados... Ela, morena e delicada.

Eu tinha acabado de voltar de uma experiência acadêmica frustrada. Morei naquele ano (1989) em Sta. Rita do Sapucaí. Minha mãe tinha certeza de que eu deveria fazer a ETE, uma escola famosa (http://www.ete.g12.br/) com direito à vestibular e tudo. Foi uma merda. Ela havia se esquecido de que eu ODEIO trocar lâmpadas e tal; que minha única habilidade manual seria mais bem empregada em filmes para maior de idade...

Pois bem, estava de volta a Itamonte (no ano seguinte iria estudar em Itanhandu e toda aquela história de carona), mas com um certo cartaz. Foi a primeira vez que me senti “cobiçado” (como se houvessem muitas...). E o meu melhor amigo, o Marquinhos, me disse que sua irmã tava afim de mim.

“A Fernanda?”.

Caramba, que frio na espinha! E namoramos. 2 meses.

Até que apareceu uma moça, de Caçapava (que nome horroroso), com 17 anos e tal. “Cacete, ela deixou eu colocar a mão nela!!!”, pensei. Nem era tão bonita assim, mas para um sujeito tímido como eu, dobrou os meus joelhos. Terminei meu namoro com a menina mais bonita de Itamonte e ganhei, em troca, um peitinho... Que troca!

Quando eu vi a besteira que tinha feito percebi também que era tarde demais. O primo do meu primo, sedento tal qual um tubarão, caiu matando e levou a Fer. E eu amarguei mais de 12 meses ouvindo Êxtase (Guilherme Arantes) e Acrilic On Canvas. Dessas duas, a que eu ouço até hoje é a da Legião, a melhor banda nacional de todos os tempos.

É saudade então.
E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez:
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi, entre as tintas que inventei,
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três.
Trabalhei você em luz e sombra.

Era sempre:
- Não foi por mal. Eu juro que nunca
Quis deixar você tão triste.

Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras
-Quase nunca são...

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