terça-feira, janeiro 04, 2005

Check-in

Tenho a incumbência de, a cada três meses, nutrir uma coluna no jornal BS News. Esta coluna, chamada Check-in, tem como objetivo falar das cidades-sede dos Workshops Body Systems, eventos que reciclam os profissionais treinados por nós (atualmente, pouco mais de 8.000 ativos).

Segue o que eu fiz sobre BH, minha amada cidade (especial thanx ao editor Dutrinha):

Sejam bem vindos, este é o vôo BS001. Acomodem suas bagagens de mão no compartimento acima das poltronas ou embaixo da cadeira, à sua frente. Aparelhos eletrônicos deverão permanecer desligados, bem como telefones celulares. Sou o comandante Christian, e tenho o prazer de te convidar a conhecer as cidades-sede dos nossos Workshops, bem como cidades pitorescas deste nosso Brasil. Obrigado por escolher o jeito Body Systems de viajar!

O sotaque é inconfundível, bem como a culinária e moda, além da maneira especial de receber um convidado. Você será meu convidado a desvendar a magia da cidade mais fashion do Brasil: Belo Horizonte.

Circundada pela Serra do Curral e, originalmente, pela Av. do Contorno, Belo Horizonte foi planejada para ser a nova capital mineira e foi “inaugurada” em 1897. Inicialmente projetada para 200 mil habitantes, ultrapassa a casa dos 3 milhões com todas as características de cidade não planejada (bairros elegantes como o São Luiz e Bandeirantes contrastam com favelas como a do bairro Santa Lúcia). Avenidas como a Antônio Carlos, bem como a Catalão (Carlos Luz) e a já famosa Av. do Contorno sofrem com o engarrafamento nos horários de pico.Mas nada que a noite de BH não recompense!

Aliás, é na noite que Belo Horizonte mostra toda a sua alma boêmia. A “cidade dos botecos” justifica sua fama quando se saboreia o chope no Maria de Lourdes, ou no Krugg Bier, bares em que se aproveita o melhor da cevada. E, se essa é a sua primeira visita a esta cidade, é no boteco que você experimenta os quitutes mineiros: bolinho de feijão, os caldos de mandioca e feijão (com torresmo, claro!). E, para os mais românticos (esse é o meu caso), existem lugares que convidam os casais apaixonados a declararem seus sentimentos. Minha recomendação para um final de semana promissor é levar a pessoa amada para curtir o Era Uma Vez Um Chalezinho, lá no Seis Pistas. Esse programa pode ser o passaporte para uma noite inesquecível...

Se o programa é gastronômico, o problema é escolher dentre tantas alternativas: Xapuri com um rodízio de doces que aumenta a glicemia só de ver a lista dos 36 tipos de doces; Rancho Fundo, point dos meus domingos e um self service mineiro da melhor qualidade; Néctar da Serra, para os mais lights (além de um suco maravilhoso, você se diverte escolhendo os ingredientes da salada mais personalizada que conheço).

E quanta gente linda! Dentre as cidades que conheço, BH é um colírio ambulante. Como tem gente bonita, sô! Uma ida ao Café Cancun, ou ao restrito Na Sala, bem como na boate do PIC é o suficiente para acreditar que o Céu existe e fica nas montanhas. Pessoas produzidas com bom gosto, usando de toda a criatividade da moda mineira, com as raízes nas rendas e bordados com que as moçoilas se vestiam ainda nas fazendas de gado leiteiro e café. As feiras de artesanato – Feira Hippie na Av. Afonso Pena e a Feira de Artesanato do Mineirinho – suprem as necessidades de novos adereços, tanto pessoais quanto para a casa. Mas, como é a céu aberto, é recomendável o passeio até as 09 da manhã. Depois, aproveite para passear no Parque Municipal ou na orla da Pampulha. Nada como um passeio nas áreas verdes de BH para um bom bate papo.

E como é agradável um bate papo com o sotaque típico de BH! Como toda cidade planejada, Belo Horizonte foi povoada com pessoas vindas de todos os lados. Com um sotaque que destoa das outras regiões de Minas, quem conhece Belo Horizonte sabe que todo belorizontino termina a frase sem a última sílaba, que o “r” é meio carioca e que o “s” é paulista. A entonação é um tanto nordestina e o jeito é matreiro. Ou seja: único! Expressões como “nó” ou “nu” são típicas e querem dizer: Nossa Senhora da Aparecida do Perpétuo Socorro. O “nó” expressa uma admiração e o “nu” uma surpresa. Tudo é “trem”, geralmente acompanhado de um “bão”.

Então, “bão” mesmo é conhecer BH, experimentar a hospitalidade mineira, aproveitar os lugares e encantos desta cidade. Por que não fazer o próximo Workshop em BH? “Os treinadores e professores de Belo Horizonte estarão te esperan”.

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