segunda-feira, novembro 28, 2005

Para todos que esperam que eu me manifeste sobre o rebaixamento do meu time, diria que é discussão das pequenas, coisa de pouca monta. Quero tratar de coisas que valham o tempo empregado.

Exodus, com o Paul Newman, conta a história de ativistas judeus na construção do estado independente. E conta com riqueza de detalhes, afinal de contas, são mais de 3 horas de filme.

Tenho empregado tempo suficiente para discorrer a respeito, não só do filme, mas de questões mais aprofundadas (dentro do restrito universo que me cerca). E não é só tratar da questão palestina, mas é trazer à baila um assunto por demais controverso.

O judaísmo não é só uma religião, em que se comunga de certos dogmas e passivo de conversão. É uma questão de identidade, pátria, língua, costumes. Ninguém se converte ao judaísmo; grande balela. A pessoa já nasce judia (deve ser filho de MÃE judia). Duvido que os “novos judeus”, diante de um novo “progom” (погром), levante a mão e pergunte: “onde é que fica a fila para o forno?” Anath é que tinha razão! Não existe conversão.

É um povo que andou disperso pelo mundo durante 2000 anos e que sofreu toda sorte de barbárie.

Assistindo esse filme, começo a entender como funciona o espírito de sobrevivência do povo judeu (repito, meu universo de informações é restrito). São comunidades extremamente fechadas (antes viviam em guetos) e que mantém técnicas de combate muito particulares. As crianças, por exemplo, participam de acampamentos (machané) que, inseridos nas atividades lúdicas, há todo um contexto de treinamento militar. Dentre vários jogos, em um deles está a defesa da bandeira de Israel. A equipe que é derrotada se vê escrava da vencedora, numa clara alusão à história do seu povo. É um povo escaldado (na verdadeira acepção da palavra) e justifica toda a preocupação.

E o filme conta também sobre a intervenção da Inglaterra na região (aliás, eles estavam em todas). Os preconceitos, os insultos... Mostra como seria fácil a convivência entre povos co-irmãos, os árabes e os judeus, se assim eles se enxergassem.

Por fim, mostra que a intolerância é mais inflamável que o petróleo tão abundante em terras vizinhas.


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Só para constar: Galo forte, vingador!

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