quarta-feira, maio 11, 2005

Ela só queria encontrá-lo. Ele queria tê-la, para ele. Romances de adolescência feitos para durar para sempre e que, invariavelmente, terminam.

Ele faria 18 anos e ela tinha 16. Haviam transado já, mas só uma vez. Na segunda tentativa a mãe da jovem flagrou-os. Também pudera. Fazer esse tipo de estripulia na casa dos pais da moça era dar muito milho pra bode. E, sendo hóspede da casa, ele se viu em uma situação duplamente constrangedora. Foi embora.

Agora ele estava no interior do estado, e ela na capital. 3 horas de viagem de carro, sabe-se lá quantas horas dependendo de caronas. E ela foi. Conhecia o segredo da mãe, onde ela colocava o troco da feira; fez a feira. Dia de ir pra escola, pegou a grana e se mandou.

Ele acordara cedo naquele dia. Era o seu dia. Fazia 18 anos. “Hora de começar a ser homem” ele pensou. Já tinha sua carteira de trabalho e, munido dela, foi até uma fábrica da Parmalat pleitear um emprego. “Do que for”, respondeu ao preencher o cadastro.

Era sexta-feira.

Ela chegou, com uma dianteira de 4 horas de seus pais, que vieram atrás logo que descobriram o bilhete de adeus. Ele queria transar. Ela queria se sentir amada.

Eles não transaram. Ela voltou. O emprego jamais saiu. E o namoro terminou.

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