quarta-feira, janeiro 19, 2005

Os fins justificam...?

Até aonde o amor de uma mulher pode chegar? A mulher mede conseqüências quando ama? E quando odeia?

Na estranha contabilidade do relacionamento, os casais costumam somar e subtrair pontos para saber:
  • Se é hora de beijá-lo?
  • Se é hora de avançarmos?
  • Se é hora de transarmos?
  • Se é hora de casarmos?

Cada um atribui o peso aos eventos de forma diferente. "Hoje ele me disse que não vive sem mim" - ponto para os meninos; "hoje ela disse que meu braço esta mais forte" - ponto para as meninas; "ele vai me deixar em casa, no dia do aniversário da nossa 13ª quinzena de namoro para ir ao Mineirão comer feijão tropeiro (é, lá come-se o melhor tropeiro de BH) e assistir Atlético e São Caetano" - resposta errada!!!

Mas, em relacionamento algum, encontrei espaço para contabilizar os pontos dados na boca!

"Como assim?" perguntaria o incauto leitor.

Talvez alguém conheça histórias como essa; eu posso dizer que sim. Conheci um casal que mudou os paradigmas da planilha do relacionamento. Ao invés de cartões de amor, ficha na polícia. E eu estive lá presente, e relato agora sem muitos detalhes.

Malhávamos juntos na mesma academia. Lúcia era a "outra" mas sabia que era um status temporário, que logo domaria aquele coração libertino de Antônio (Toninho, apesar dos seus 1,85m), até então com escritura lavrada em nome de Elizabeth.

Eram muitas idas e vindas. Ele, sem coragem de largar o certo pelo duvidoso (tem clichê mais gay que esse?); ela, sem dar a mínima para outras propostas (pode-se dizer que inclusive minhas...) e confiante na promessa de que "hoje eu vou tomar coragem e vamos ficar juntos".

Um dia ela se cansou. "Até hoje, sempre que coloquei um ponto final nessa porra de relacionamento natimorto (era estudante de medicina), meu coração não seguia a minha decisão e tinha medo de te perder. Mas acabou, não suporto mais! Não quero viver assim; sou suficientemente mulher para ser feliz!" Toninho, que nunca soube perder nada, convenceu-a de que seria diferente. E não foi.

Quando Lúcia soube que, na festa de Halloween, Toninho chegou com Beth, não agüentou. Estávamos na academia quando Lúcia apareceu. Passávamos pela recepção, 02:00 da tarde. "Toninho?!", chamou Lúcia. Quando meu amigo virou, foi o "cruzado" mais bem dado que já vi uma mulher dar. Sucessão de acontecimentos: 1,85m de amigo espalhado no chão, boca ensangüentada, ocorrência policial, 12 pontos na boca e não sei quantos na planilha do amor.

O fato é que ele se entregou à Lúcia como poucos que conheci... Em conversas de amigos deixa claro seu amor e o medo de perdê-la...

Não quero dizer que essa seja a fórmula... Mas conquistar alguém ou ser conquistado depois de uma boa surra é um hobby que precisa ser analisado!

Off Topic: Papo de academia

Eu: "Toninho e Beto, vocês estão de parabéns! Suas namoradas são lindas. A propósito Toninho, se você bobear te roubo a Lúcia; se ela quiser, claro!"

Randall: "E a do Beto, Tio Christian, você roubaria?"

Eu, meio sem graça e com respeito: "Não, a Letícia não."

Beto, indignado: "Ué, por que a Letícia não? Ela, por acaso, não é bonita como a Lúcia?"

E eu, resignado, respondi: "Bom Beto, tudo bem, já que você faz questão?!"


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