quarta-feira, novembro 29, 2006

Está cada vez mais fácil, num mundo informatizado, discutir idéias, propor alternativas e dirimir dúvidas. Viva o advento do computador e de todos os benefícios que vieram no seu rastro. A internet, em especial.

Trabalhamos entre 40 pessoas aqui no escritório, além de outros 120 espalhados no Brasil. Todos podemos sugerir, indagar, confrontar idéias. Quando surgem as idéias mais polêmicas, abrimos o problema e dissecamos todos os seus desdobramentos.

Não quero defender aqui a relação unicamente virtual. Quando a distância que separa você do seu interlocutor for menor do que 20m, levante-se e converse com ele. Atividade física faz bem!

Lembro-me quando eu era criança e temia confrontos, talvez por ser magrelo demais, talvez por ser baixinho demais... Nada que o tae-kwon-do, a musculação e a auto-estima não mudassem anos depois. Tudo bem que essa neovalentia me rendeu alguns pontos no peito, presente recebido em uma briga de rua e conseqüência de um canivete afiado. Mas esses são outros tempos.

Mas mais importante do que a valentia, é a convicção das idéias.

Quando foi a última vez que você deu um feedback pra alguém? E esse feedback, foi só para o interessado ou você fez questão de divulga-lo a tantos quantos estivessem interessados? Ou preferiu dizer o que pensava para todos (ou poucos), mas não para o sujeito? Ou preferiu fazer comentários sobre determinado comportamento de alguém, de forma jocosa, aproveitando que este não poderia ouvi-lo? Espero que não, pois não há covardia maior.

Ter medo do confronto é até aceitável, desde que com a boquinha devidamente fechada. Era assim que eu fazia nos meus tempos de magreleza. Nesses casos, a minha sugestão: melhore o seu shape, aumente sua auto-estima, queira o bem dos colegas de trabalho, ou fique de boca calada.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Quem ouve um conto-de-fadas, não sabe a verdadeira história por trás dos fatos... Pequenos detalhes que, se modificados, teriam impedido o “felizes para sempre” no final do livro. Eis um bom exemplo:

O Caçador de “Chapeuzinho Vermelho”. Este pacato homem, que nunca havia atirado em ninguém, era avesso a mosquitos e pernilongos, únicos seres viventes que ele era capaz de matar. Fazia parte da ONG “Lobos-maus também amam” e tinha vida tranqüila. Encontrara a espingarda perdida em um canto da mata e com ela caminhava para o "achados e perdidos" do parque florestal. A Chapeuzinho, essa menina danada, não ouvira o que a mãe aconselhara e tomou o atalho. Conversou com estranhos e desobedeceu os mais velhos. Não levou os óculos e nem colocou lentes-de-contato, não conseguindo distinguir a pretensa avó de um extintor de incêndio. Resultado: viu-se na maior saia-justa. E a vovó, aquela velha safada? Ninguém sabe ao certo o seu nome, que aqui vou revelar: Henriqueta. Ao ver no olho mágico a figura lasciva do lobo-mau, abriu-lhe a porta e virou papá...

Pois bem, se o Caçador, que já sabemos que não militava na área dos tiros e troféus, não tivesse ido contra o que os seus co-irmãos chamavam de correto e não tivesse salvado a vovó e Chapeuzinho, não poderíamos usar esse conto-de-fadas para instruir nossos filhos a jamais conversar com estranhos na rua.

O que muitos não sabem é que o Caçador foi expulso da confraria, o que ele caga e anda, casou-se com a mãe da Chapeuzinho, fez novos amigos e vivem felizes para sempre.