quarta-feira, novembro 22, 2006

Quem ouve um conto-de-fadas, não sabe a verdadeira história por trás dos fatos... Pequenos detalhes que, se modificados, teriam impedido o “felizes para sempre” no final do livro. Eis um bom exemplo:

O Caçador de “Chapeuzinho Vermelho”. Este pacato homem, que nunca havia atirado em ninguém, era avesso a mosquitos e pernilongos, únicos seres viventes que ele era capaz de matar. Fazia parte da ONG “Lobos-maus também amam” e tinha vida tranqüila. Encontrara a espingarda perdida em um canto da mata e com ela caminhava para o "achados e perdidos" do parque florestal. A Chapeuzinho, essa menina danada, não ouvira o que a mãe aconselhara e tomou o atalho. Conversou com estranhos e desobedeceu os mais velhos. Não levou os óculos e nem colocou lentes-de-contato, não conseguindo distinguir a pretensa avó de um extintor de incêndio. Resultado: viu-se na maior saia-justa. E a vovó, aquela velha safada? Ninguém sabe ao certo o seu nome, que aqui vou revelar: Henriqueta. Ao ver no olho mágico a figura lasciva do lobo-mau, abriu-lhe a porta e virou papá...

Pois bem, se o Caçador, que já sabemos que não militava na área dos tiros e troféus, não tivesse ido contra o que os seus co-irmãos chamavam de correto e não tivesse salvado a vovó e Chapeuzinho, não poderíamos usar esse conto-de-fadas para instruir nossos filhos a jamais conversar com estranhos na rua.

O que muitos não sabem é que o Caçador foi expulso da confraria, o que ele caga e anda, casou-se com a mãe da Chapeuzinho, fez novos amigos e vivem felizes para sempre.

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